quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

ACD - Educação Relacional (com Rui Marques)

Realizou-se ontem, dia 12 de fevereiro, uma Ação de Curta Duração (ACD para professores e outros responsáveis pela educação, subordinada ao tema "Educação Relacional - O porquê de um novo paradigma?". O formador foi Rui Marques, que ficou conhecido, sobretudo, por ter sido o rosto e o defensor "utópico" da independência de Timor, nomeadamente através da iniciativa "Lusitânia Expresso".

Rui Marques tem um longo currículo. As informações mais detalhadas podem ser obtidas no site pessoal deste motivador.

A diretora do AENSM, Celeste Sousa, sintetizou, na abertura da sessão, toda a nota biográfica numa frase que parece resumir muito bem o essencial de Rui Marques: "Rui, um cuidador de pessoas".

Sara Moucho, Celeste Sousa, Rui Marques

A formação incidiu sobre as grandes questões relacionais dentro das empresas e das organizações.

Começou Rui Marques por partir de um princípio básico e, por isso mesmo, essencial e estruturador de toda a nossa dimensão humana: 

Tudo na vida se baseia em relações

E disse (ou relembrou) o orador que "antes de sermos animais racionais, somos seres relacionais".

E tanto é assim que dependemos das relações que estabelecemos com quem nos enquadra. Na verdade, somos dos seres vivos mais dependentes quando nascemos, e ao longo da vida a nossa sobrevivência (primeiro biológica, depois social, emocional e psicológica) depende integralmente das relações que criamos e mantemos com os outros.

São as relações com os outros que nos explicam e nos estruturam.

Mas é necessário que tenhamos a consciência que estamos a viver um:

#1 Um “inverno” relacional

Um "inverno" relacional?

Este "inverno relacional" pode confirmar-se facilmente em múltiplas evidências na nossa sociedade. Mas, num universo de professores e educadores, destacou:

  • O aumento da violência nas escolas
  • O aumento da violência no quotidiano social (no trânsito; no supermercado; nas aglomerações sociais...)
  • Metade dos professores sentem-se tristes e ansiosos

E destacou que este "inverno relacional" é crítico para as escolas e para o sistema educativo, porque: "Só há aprendizagens significativas num quadro de relações significativas."

E esclareceu que “Aprende-se com quem se gosta e não do que se gosta.

Esta é uma "Geração Ansiosa"

São múltiplos os casos de alunos que reconhecem que aprenderam melhor determinada matéria porque gostaram do professor que lecionou essa matéria; ou mais ainda: que passaram a gostar de uma matéria ou disciplina, por causa do professor(a) que dava essa disciplina.

Nesta perspetiva, a ligação emocional dos aprendentes com os educadores (professores) e com a organização educativa (escola) é mais do que importante: é decisiva!

E acrescentou ainda que: "Só é possível aprender na Escola se a Escola (espaço, organização e professores) for apresentada e percecionada como uma instituição respeitável e admirável." Ora...

E a construção dessa imagem da escola tem a ver com o reconhecimento público da Escola - ou seja, o aluno olhará (e considerará) a Escola como os políticos; os Encarregados de Educação; os colegas; os professores; os órgãos de comunicação social... a comunidade olhar e considerar a Escola. Ou seja, criticar publicamente a escola (instituição) e os seus atores (professores) é o primeiro passo para que a escola e os professores não sejam tidos como "significativos". E... "Só há aprendizagens significativas num quadro de relações significativas."

"Só há aprendizagens significativas num quadro de relações significativas."

A este propósito, Rui Marques confrontou a plateia com os dados estatísticos sobre aqueles que são os grandes riscos para a humanidade:

E a ordem dos três principais riscos (provavelmente, de forma surpreendente) é esta:

  1. Desinformação - a falta de conhecimento e de compreensão dos eventos 
  2. Alterações climatéricas - questões ecológicas e de proteção do ambiente
  3. A polarização social - a surdez entre elementos da sociedade.

e depois... mais cerca de uma dezena de problemas gravíssimos que põem em risco a humanidade. 

Mas nos três primeiros, aqueles que são tidos como os mais graves de todos, temos a "Desinformação" e a falta de "Relações sociais" entre os humanos. Devia fazer-nos pensar...

Um grupo muito atento


#2 - Uma escola é uma rede de relações

“Alguns creem que as pessoas constroem relações. Eu estou convencido que as relações constroem pessoas.”

E Rui Marques destacou a importância das relações pessoais nos indivíduos e nas comunidades escolares e de aprendizagem.

É sua convicção que a educação devia ser pensada, em primeiro lugar, como um exercício relacional.

  • relacionar-se consigo próprio
  • relacionar-se com os outros
  • relacionar-se com o sistema


#3 - A nossa visão da Educação Relacional

A escola precisa de professores relacionais. Professores que invistam na criação de relações significativas e emocionais com os seus alunos e com a comunidade educativa.

“Tanto os professores como os estudantes são transformados por meio do encontro pedagógico à medida que aprendem uns com os outros. A tensão produtiva entre a transformação simultânea individual e coletiva define os encontros pedagógicos.”

“Reformular o que significa ser humano requer reequilibrar as nossas relações uns com os outros, com o planeta vivo e com a tecnologia.

Acredita Rui Marques que somos seres relacionais e que é através de melhores relações que nos tornamos verdadeiramente pessoas, desenvolvemos organizações fortes e comunidades vibrantes.

Assim, torna-se essencial mobilizar e capacitar pessoas, organizações e comunidades para se tornarem conscientes do poder das relações, de modo que as saibam criar, desenvolver ou regenerar.

Intervenções da audiência e espaço para o contraditório.

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Na segunda parte da formação, houve algum tempo para "perguntas e respostas", tendo sido possível escutar as intervenções de alguns elementos da "assistência" relativamente aos temas e questões abordadas.

Rui Maques teve ainda ensejo para sublinhar que estamos rodeados de uma visão negativa do mundo. Os jornais, as televisões, as redes sociais dão prevalência ao negativo, ao que é mau, ao que está mal. Importa "mudar de óculos" e começar a ver (e a reconhecer) o que há muito de bom à nossa volta. As escolas também estão cheias de bons profissionais, de boas ideias e de boas práticas.

E destacou ainda que na visão dos alguns filósofos das relações humanas, a forma como interagimos com os outros passa por cinco atos relacionais essenciais:

  1. pedir - reformular a forma de pedir
  2. oferecer - o gosto de oferecer gratuitamente, sem esperar nada em troca
  3. estabelecer acordos - encontrar pontos de contacto de de concordância com o outro
  4. escutar - prestar atenção e conceder tempo ao outro
  5. reconhecer - circunstancialmente e essencialmente

E, destacando a importância do "escutar", citou Rubem Alves: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.”

Foram muitas as conversas geradas a partir desta ACD


No final, e assumindo que nada disto é fácil e automático, ficou no ar uma ideia apaziguadora das ânsias de perfeição tão características dos professores: "Pode parecer difícil, mas a questão não é saber se é fácil ou difícil. A questão é saber saber se se deve ou não se deve tentar."


Para terminar, importa esclarecer que esta formação de cerca de 3 horas, decorreu no auditório da Biblioteca Municipal e resultou de uma proposta da Direção do AENSM, da creditação do CFTemplários e da colaboração da CMTomar.

Ficam ainda três sugestões de leitura deixadas por Rui Marques a todos os presentes.

NÓVOA, António, "Reimaginar os Nossos Futuros Juntos,
Um Novo Contrato Social da Educação", Leya educação, 2024

HEIDT, Jonathan, "A Geração Ansiosa", D. Quixote, 2024


GOODAL, Jane, "O Livro da Esperança", Ed. Nascente, 2022

E ficam também três links para saber mais sobre Rui Marques

  • https://www.ruimarques.org/
  • https://site.relationallab.pt/
  • https://site.ipav.pt/

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

ECOGIANTS

O Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria abraça mais um Projeto Erasmus+ no âmbito do ambiente e da luta contra as alterações climáticas.



Mais um desafio, desta vez destinado aos alunos do 3.º ciclo, com vista à promoção de práticas sustentáveis, nomeadamente do consumo da água e eletricidade de forma eficiente e consciente e da atividade física, prevenindo as doenças do século XXI, em especial distúrbios alimentares e psíquicos.



O primeiro encontro teve lugar na Polónia, na Escola Podstawowa w Siedlcu Duzym, nos dias 22 e 23 de janeiro, onde os representantes das escolas parceiras (Croata, Finlandesa, Polaca, Portuguesa e Turca) discutiram e redefiniram o programa anteriormente aprovado pela Agência.

Vamos ajudar os nossos alunos a tornarem-se "ECOGIANTS"!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Selo Digital - Escola sem Bullying | Escola Sem Violência

Acabou de ser entregue ao AENSM o "Selo Digital - Escola sem Bullying | Escola Sem Violência".




Este selo, atribuído pela Direção Geral de Educação (DGE) através dos seus Serviços de Projetos Educativos, certifica o empenho e compromisso dos diferentes estabelecimentos do agrupamento com uma escola sem violência e promotora de um ambiente de bem-estar.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

"The Voice Kids"

No dia 23 de janeiro, pelas 10:30, no auditório da EDNAP decorreu durante a manhã a atividade "The Voice Kids" dinamizada pelas docentes de Educação Musical. 


Nesta atividade participaram alunos do 2º e 3º ciclos das disciplinas de Educação Musical e Complemento à Educação Artística, com interpretações vocais a solo e em grupo. 
Houve também danças e interpretações instrumentais. 



Foi um espetáculo muito bonito, que correu com muito sucesso, onde os familiares e encarregados de educação dos alunos participantes, foram convidados a ver os seus filhos/educandos.




↓ Mais fotos nesta pasta: ↓
The Voice Kids




terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Simulacro de Acidente na ESSMO e na EDNAP

Realizou-se hoje, 4 de fevereiro, mais um exercício de simulacro no AENSM.

Esta atividade de simulação de acidente é uma das realizações obrigatórias que constam do Plano de Segurança de todas as Escolas.

  

Por volta das 9:35 da manhã o simulacro aconteceu na Escola Secundária Santa Maria do Olival (ESSMO) tendo ocorrido logo de seguida, por volta das 10:40, na Escola Básica 2/3 D. Nuno Álvares Pereira (EDNAP).


 
Esta atividade é definida anualmente pela Proteção Civil de Tomar que determina, em conjunto com a Direção das Escolas, o dia para a sua realização.


 
Antes no dia agendado para o simulacro realizam-se diversas reuniões com alunos professores e funcionários para planeamento dos circuitos de evacuação, acerto dos procedimentos a tomar e atribuição de tarefas de cada um dos envolvidos (sinaleiros; corte de luz; corte de gás; contagem de indivíduos; toque de campainha; etc).

  
Nestes simulacros, tanto na ESSMO, como na EDNAP, estão envolvidos os Bombeiros e a Proteção de Civil, e este ano estiveram, como convidados, a PSP, a Associação de Pais e a Câmara Municipal Tomar.


O cenário definido para este ano foi a de um foco de incêndio numa sala de arrumos de equipamento eletrónico.


Tal como previsto, os alunos tiveram de abandonar as salas de aulas, sair pelos circuitos de evacuação, concentrar-se nos pontos definidos para o efeito e esperar pela confirmação de que a situação estava dada como segura e resolvida.


Tudo decorreu de forma natural, fruto de repetição anual destes simulacros. Se é verdade que esta simulação provoca sempre alguma perturbação nas atividades escolares que estão a decorrer (e nos transeuntes que, incautos, se encontravam nas imediações das escolas envolvidas) também é verdade que à custa da repetição se vão tornando os procedimentos mais automáticos, mais imediatos e com menos percalços.


A atividade de simulacro de acidente tem como principais objetivos:

  • a criação de rotinas de evocação na população escolar;
  • o reforço de automatismos de tarefas de atuação;
  • a reavivar de procedimentos básicos de segurança;
  • a testagem da articulação entre escolas, bombeiros, proteção civil, e polícia;


O balanço final é francamente positivo destacando-se a rápida evacuação da população escolar e o cumprimento integral dos principais procedimentos de segurança.