terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Visita à sinagoga de Tomar

Na semana passada, o 9.º B, acompanhado pelos professores Maria Cristina Alves e José Sobral, visitou a sinagoga de Tomar, importante monumento do património da cidade templária. Todas as restantes turmas do 9º ano fizeram igualmente a referida visita. Os professores abordaram os conteúdos de forma interdisciplinar, numa perspetiva de intervisão pedagógica.

Esta visita, tal como outras que se têm realizado a este e a outros núcleos museológicos de Tomar, insere-se no Projeto Cultural de Escola e no Plano Anual de Atividades do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, que dá um enfoque muito especial ao conhecimento e ao usufruto do muito rico e plural património da cidade, no propósito de ancorar um maior espírito de pertença e de cidadania.


 
Construída no século XV, pela importante comunidade judaica da então vila de Tomar, é o segundo monumento mais visitado da urbe, logo a seguir ao Convento de Cristo, recebendo, anualmente, dezenas de milhar de visitantes, vindos de todo o Mundo. Destes, há numerosos grupos que vêm expressamente de Israel para visitar o templo. Muitas dessas pessoas deslocam-se a Tomar por razões afetivas, pela memória histórica, dado serem descendentes de judeus portugueses que viveram durante séculos em Portugal, até o rei D. Manuel I ter decidido, em 1496, expulsar a numerosa e influente minoria religiosa (ou obrigar à sua conversão ao cristianismo).


 
Após essa decisão do monarca, a sinagoga foi encerrada e teve múltiplos usos até ao início do século XX, quando, o engenheiro polaco Samuel Schwartz - segundo Amorim Rosa, descendente de uma importante família judaica tomarense, de nome Soares - adquiriu o edifício, financiou o seu primeiro restauro e, posteriormente, o doou ao Estado português para Museu Hebraico.


 
Hoje, a sinagoga Abraão Zacuto, é um espaço da memória histórica, mostra da grande importância da comunidade judaica portuguesa na história de Portugal. Hoje, também, porque vivemos em democracia e as minorias, todas, étnicas, religiosas, de toda e qualquer identidade, têm os direitos fundamentais garantidos pela Constituição da República, a visita foi um tempo de partilha, de conhecimento, de abrir os braços à diferença, à tolerância e ao humanismo. Em suma, à fraternidade, que liga todos os povos.

Apesar da maioria dos alunos viver no concelho, quase todos na cidade, muito poucos tinham entrado na sinagoga. Também, por isso, a visita foi muito rica, muito proveitosa, não tendo deixado ninguém indiferente.

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