sexta-feira, 19 de maio de 2023

Celebrar a Liberdade

A cada primavera, o tempo mágico da mudança para um tempo sempre novo. Tempo que antecipamos eivado de justiça, igualdade, partilha, respeito pela identidade de cada um e de cada uma porque, a cada instante, somos instados a inquietarmo-nos com os flagelos, a desumanidade que nos chegam de muitos cantos do mundo. Sabemos que todos os direitos são fundamentais. No entanto, todos eles nascem daquele que é considerado o primacial: a liberdade.

Um grito que se repete de geração em geração

Desde abril de 1974 que temos a feliz experiência de vivermos em liberdade, manancial glorioso; aqueles, muitos, que nasceram durante a ditadura e a maioria que, afortunadamente, não conheceu esses tempos de má memória, do confinamento da identidade cívica.

“Não há machado que corte a raiz ao pensamento”, verso poderoso que, simbolicamente, representa o garrote da ditadura e o promissor horizonte da liberdade.

Porque os cravos somos nós que os fazemos

Figuras heroicas da resistência ao Estado Novo são-nos geograficamente muito próximas (Salgueiro Maia, Humberto Delgado). Emocionalmente, civicamente, vivem connosco. Admiramos o seu altruísmo, a sua ousadia, a sua coragem em dizer NÃO, num tempo em que assumir a heterodoxia punha em perigo a vida pessoal, familiar e profissional. E a própria vida.
Salgueiro Maia viveu alguns anos em Tomar e o “General Sem Medo” nasceu no concelho vizinho de Torres Novas.

Com a participação da Universidade Sénior de Tomar

Celebrar a liberdade e o que ela possibilita a cada um e a cada uma na sua caminhada existencial é, mais que um pulsar de cidadania, uma obrigação moral. E se a esse desígnio se associar a fruição artística (a música, o canto, a dança, o teatro, as artes plásticas), o encantamento vai muito além da brevidade das coisas. E fica enraizado em cada um e em cada uma, no longo pulsar da memória.

Um espetáculo em forma de "ensaio"

Neste âmbito, a Tuna Sabes Cantar (um notável projeto artístico do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, prestes a comemorar 29 anos de existência, composto por atuais e antigos professores, funcionários, encarregados de educação e antigos alunos) tem apresentado, ao longo dos anos, no Cineteatro Paraíso, espetáculos de admirável envergadura artística, de celebração do 25 de Abril e do que este dia representa na construção do mundo novo, livre e moderno, que trouxe aos cidadãos deste país.

A Tuna Sabes Cantar a cantar a Liberdade

Lado a lado, com casa sempre cheia, com a Tuna Sabes Cantar, participa nos espetáculos a Prata da Casa (composta por atuais alunos) e um plural coletivo de artistas convidados.


A Prata da Casa a celebrar as canções de Abril


O belíssimo espetáculo deste ano antecipa a celebração dos 50 anos da revolução de Abril. E, por isso mesmo, teve como título “O Ensaio”, composto por magníficos momentos de criatividade artística, de reflexão. E de encantamento para o vasto público.

A diretora do AENSM, o delegado Regional de Educação e a coordenadora do PNA



E, no dia 26 de abril, no mesmo local, realizou-se uma outra e igualmente feliz festa da democracia e da cidadania, com o “Celebrar o 25 a 26 no Paraíso”, organizada pelo Projeto Humanidades +, desta vez para todas as turmas do 6.º, 9.º e 12.º anos do Agrupamento.

O cartaz realizado pelos alunos






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