quinta-feira, 30 de março de 2023

O peddy-paper geocultural do 9.º ano

A cada batimento, um momento somado e um outro subtraído. O tempo é constante mudança e não é suficientemente elástico. Tal como a vida. Esta é um contínuo mas, nunca, uma linha reta ou um plano interminável. Porventura, a melhor aproximação seja a do carrossel.



E, nesse sentido metafórico – sendo que, muitas vezes, a caminhada pela existência configure a montanha-russa – a do carrossel (do francês, carrousel) é a que melhor se conjuga com a viagem que as turmas do 9.º ano fizeram pelo rendilhado da cidade, no pretérito 27 de fevereiro, na realização do peddy-paper Geocultural, inserido nos “dias fora de caixa”.



O plano traçado, semanas antes, tinha outro figurino e espelhar-se-ia noutros espaços da urbe, com visitas guiadas.



Na impossibilidade de o concretizar, optou-se por um “cavalo de Troia”, uma nova estratégia que pudesse harmonizar a energia e a procura do conhecimento do público adolescente.



E o numeroso grupo pôs-se em movimento, subindo e descendo... no avançar umas centenas de metros e, como que compelidos por um elástico poderoso, retroceder até à sombra construída – entretanto, desmoronada – e avançar, de novo, até a uma paragem (no longo percurso houve várias: Igreja de Santa Maria do Olival; Estaus; Várzea Grande; Edifício do Turismo; Casa-Museu Lopes Graça; NAC; Mouchão; Várzea Pequena; Ermida de São Gregório; Ermida de Nossa Senhora da Conceição; Castelo Templário; Convento de Cristo… ).



O “porto seguro” era a “longínqua” Mata dos Sete Montes… a verdade é que, entre saraivadas de interrogações e de mil e tantos porquês, mais um cansaço e um recomeço na procura das respostas – materiais e metafísicas - a turba (já ninguém utiliza tal “palavrão”), lá foi serpenteando o percurso traçado nas muitas folhas de papel e estugaram a passada até ao frondoso bosque, (a Mata) incrustado nos Sete Montes.



— Chegámos! Até que enfim! – exclamaram, num coro bem afinado.



Depois do almoço, o alvoroço efusivo dos jovens nas brincadeiras possíveis e inventadas no momento.



O dia luminoso e soalheiro de fevereiro contribuiu generosamente para que as atividades tivessem tido o alcance que nelas se projetaram.



Texto: José Sobral

Sem comentários:

Enviar um comentário