quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Entrevista ao Dr. Eduardo Moura

EDUARDO MOURA, Diretor-Adjunto de Sustentabilidade da EDP, na sequência da Palestra no dia 25/10, no Auditório da EDNAP sobre Energias Sustentáveis, GEE e Alterações Climáticas


Caros estudantes das Turmas A, B, C do 8º ano, respondo com muito gosto às perguntas que me dirigem, esperando satisfazer as vossas expetativas. E deixo-vos um abraço pela excelente manhã que passámos juntos, na vossa escola, fazendo votos de que todos vós se interessem pelo combate às alterações climáticas.


1. Das várias profissões que teve, qual delas o marcou mais?

Foi a segunda, quando estudava economia na faculdade e participava ativamente nas atividades da associação de estudantes. Posso dizer que isso foi uma profissão porque tinha de gerir a livraria, a cantina, os bares, a papelaria, a tipografia e os trabalhadores, que eram 120, e ainda garantir os pagamentos a fornecedores, os salários das pessoas e que os serviços prestados aos estudantes tinham qualidade. Foi um período muito difícil porque eu tinha 20 anos, tudo era novo para mim, e a responsabilidade era muito grande. A situação financeira da associação era continuamente má pois tinha muitas dívidas que já vinham de muito tempo antes e todos os meses aumentavam. Quando chegava o final do mês eu mal dormia, preocupado em resolver o problema de falta de dinheiro.

Com esta experiência aprendi sobretudo três coisas, que me têm servido sempre nos meus últimos 40 anos:
a) Que eu não tinha jeito absolutamente nenhum para viver com dívidas e que isso me tirava o sono e o bem-estar.
b) Que eu não devia assumir responsabilidades sem ter prévia consciência das suas implicações.
c) Que eu tinha algum jeito para conversar com as pessoas e trabalhar em conjunto com elas para resolver problemas comuns.


2. A sua profissão é muito importante para a sua vida pessoal?

Sim, posso dizer que é importantíssima ao quadrado. Porque tenho tido a felicidade de, na maior parte dos dias, fazer coisas interessantes, úteis, desafiantes e estimulantes e de trabalhar com pessoas interessantes e saudáveis. Quase sempre volto para casa com coisas boas a fervilhar na cabeça. Quando isso acontece, a família sente que eu estou um pouco distraído e é verdade. É que as ideias não esvaziam quando acaba o horário de trabalho. Por isso, é importante planear o que vou fazer com a família, caso contrário tenho tendência para me ocupar com coisas do trabalho e, mais ainda, com pequenos projetos pessoais. Daí estar sempre a ouvir dizerem-me que tenho bicho carpinteiro. O que é verdade, não tanto por causa do bicho, mas sobretudo por causa do carpinteiro. E depois, todas as manhãs, ou quase todas, dou um salto da cama com vontade de ir trabalhar.



3. O que faz nas suas horas de trabalho?

Faço exatamente o mesmo que a maior parte das pessoas que trabalham em ambiente de escritório. Trabalho no computador, estou sentado a uma secretária, faço conversas telefónicas e participo em reuniões. Por vezes vou a conferências, por vezes tenho de me deslocar a outras cidades e locais. Mas isto não explica muito, pois não?

Agora dito de outra maneira.

Estudo o que se faz noutras empresas nos temas da Sustentabilidade, proponho novas regras e procedimentos para serem aplicados na EDP. Promovo a discussão, ideias e ações sobre temas de Sustentabilidade.


4. Em que altura começou a interessar-se por Energias Renováveis? O que despertou o seu interesse por energias e eletricidade?

Foi na minha adolescência, quando tinha cerca de 16/17 anos. A partir de 1973 e até meados dos anos 1980, o mundo atravessou uma profunda crise económica provocada pelo súbito aumento dos preços do petróleo. Aumentando o preço do petróleo, aumentavam também os preços de todas as outras coisas. Portanto muita gente pensava que se devia procurar uma alternativa energética ao petróleo. Uns defendiam que a energia atómica seria a solução, pois era a opção tecnicamente mais viável. Mas todos sabiam que era também a solução mais arriscada porque, no caso de uma avaria grave da central atómica, a radiação seria espalhada por centenas de quilómetros ao redor, matando milhares de pessoas. Hoje existem, no mundo, inúmeras centrais atómicas ou nucleares que operam com excelentes condições de segurança, mas basta haver um acidente para que o efeito seja devastador. Foi o que aconteceu em Fukushima, em 2011. Uma imprevista onda gigante atingiu a central e provocou um desastre de enormes proporções. Por isso, apesar de todas as medidas de segurança e proteção que são possíveis de introduzir nas centrais, a maioria das pessoas julga que surgirão sempre acontecimentos imprevistos que podem provocar acidentes trágicos. Além disto, há também um grave problema associado à energia atómica e nuclear que é o de se saber onde é que se deita fora o lixo radioativo. Sobre este assunto, ninguém tem uma boa solução e, por estas razões, a energia atómica e nuclear deve ser evitada. Mas há também outra razão não menos importante.

Voltando a esses anos 1970, havia muitas pessoas que estavam contra a energia atómica não só por causa dos riscos para a vida humana e para a natureza, em caso de ocorrer um acidente, mas também porque a energia atómica estava ligada à guerra atómica. Os grandes países tinham desenvolvido bombas atómicas e ameaçavam utilizá-las para atacarem ou para se defenderem, uns dos outros. Isso era intolerável para muitas pessoas porque todos se lembravam bem do que tinham sido as bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
Portanto, certos grupos de pessoas queriam uma alternativa ao petróleo que não fosse a energia atómica ou nuclear. A ideia principal era utilizar as forças da natureza, como a energia hídrica, a solar e a eólica, para gerar eletricidade.

A solução baseada em energias renováveis não era propriamente uma novidade. Desde o final do século XIX que se vinham construído barragens e torres eólicas e já havia muito conhecimento tecnológico acumulado. A maior novidade, nesses anos de 1970, era o painel fotovoltaico que tinha começado a ser utilizado com sucesso para gerar energia nos satélites que tinham sido lançados para o espaço.

Mas foi um pequeno dispositivo que chamou a minha atenção para a energia fotovoltaica. A máquina de calcular sem pilhas. Esta calculadora tinha o defeito de não funcionar às escuras, mas, havendo luz, funcionava sempre.

Portanto, vocês já estão a imaginar qual foi a minha ideia na altura. Fazer painéis fotovoltaicos gigantes em vez de queimar petróleo, carvão ou energia atómica.



5. Considera que se fala / ensina o suficiente sobre Energias Renováveis, nas escolas?

Não sei responder a esta questão porque não conheço suficientemente o que se está a fazer, além do que está incluído nas matérias letivas. Mas posso dizer que todas as escolas onde vou têm atividades complementares sobre energias e alterações climáticas. Mas é claro que a minha experiência é distorcida, porque as escolas que me convidam são escolas que têm atividades nestes temas. Eu nunca me esqueço do provérbio que diz: Não confundas a árvore com a floresta.

Porém, posso arriscar dizer que, em geral, Portugal precisa de conversar, estudar, pensar e atuar mais sobre o assunto das alterações climáticas. Porquê? Porque as alterações climáticas são um problema à escala global, muito complexo, que tem implicações profundas sobre o futuro de todos e que não está resolvido, nem conseguimos ter a certeza de que vá ser resolvido. Por isso, sem dúvida, não podemos estar descansados e precisamos fazer muito mais para construir uma solução.

Como é as escolas e os jovens podem ajudar a construir uma solução? Eu diria que é preciso que os estudantes aprendam tanto sobre alterações climáticas como aprendem sobre matemática ou inglês. Porque daqui a 8/10 anos, quando vocês forem trabalhar, o problema ainda não vai estar resolvido e vai ser preciso que sejam os jovens a garantir a mudança.

6. Qual é a sua opinião sobre as pessoas que não se preocupam com o Aquecimento Global? O que gostaria de lhes dizer?

Quando outras pessoas não pensam como nós, devemos perguntar-nos o porquê. Em geral, a resposta é sempre a mesma e divide-se em dois tipos:

a) As pessoas não têm informação suficiente

b) As pessoas têm interesses contrários

Por exemplo, na África tropical as populações estão a queimar as florestas para as transformar em campos de cultivo. Será que elas não percebem que o que estão a fazer provoca o aquecimento global? Bem, talvez elas compreendam isso se lhes for explicado, embora seja difícil. Isto acontece porque essas populações têm um baixo nível de educação e fica muito difícil explicar-lhes as estatísticas e os dados científicos. Mas, por outro lado, a parte importante é que essas populações têm um interesse imediato que é obter alimentos para sustentar a sua família e, em consequência, acham que o seu interesse de sobrevivência é legítimo. E certamente todos estamos de acordo com isso. Aliás, ouve-se dizer, muitas vezes, que se os países ricos estão preocupados com o aquecimento global então que sejam os países ricos a baixar as emissões.

Vemos aqui um caso em as pessoas têm um interesse contrário. Outro caso é o das pessoas que trabalham, nos países desenvolvidos, no setor dos combustíveis e transportes. Se os automóveis passarem a ser elétricos, o que acontece aos empregos das pessoas que trabalham nos combustíveis?

Portanto, quando as pessoas têm opiniões diferentes das nossas, devemos fazer duas coisas:

a) Contar histórias verídicas e mostrar números que provem as ideias. Todas as pessoas são inteligentes, mesmo aquelas que têm pouca formação, e certamente, aos poucos e poucos, irão compreendendo melhor o que se passa.

b) Perguntar qual é o interesse que as pessoas têm que possa ser prejudicado pelo combate às alterações climáticas. Se as pessoas tiverem um interesse legítimo, como por exemplo o direito ao emprego ou a ter rendimentos para sustentar a família, então devemos defender essas pessoas e encontrar soluções solidárias com elas, para que não sejam elas a pagar, sozinhas, o benefício de todos.

Depois também há as pessoas que são do contra, porque são do contra. Mas isso é mau feitio e não uma questão de opinião.




7. Devolvemos a pergunta: Entre o último elefante, uma pessoa, dinheiro ou o Convento de Cristo, quem / o quê o Senhor salvaria? Porquê?

Houve um colega das vossas turmas que, diante da pergunta, tentou encontrar uma solução que salvasse tudo e todos. Tentou de várias maneiras e com vários argumentos. Uma das ideias dele era que salvando a pessoa depois haveria maneira de se salvar o resto. Ou que salvando o Convento de Cristo se salvaria o que estava lá dentro. No fundo, o que ele pretendia era encontrar uma solução ótima. Ou seja, no fundo, ele queria que o problema não existisse. Eu concordo muito com ele, acho que o que devemos fazer é salvar tudo e todos e a melhor maneira é evitar chegar a uma situação em que temos de fazer uma escolha radical, tendo que salvar um bem maior e deixar de salvar outros bens.

Este é que era o ponto principal do dilema do elefante-dinheiro-pessoa-convento. Se deixarmos que os problemas cresçam, se formos imprudentes, se não tratarmos das coisas em devido tempo, então vamos acumular problemas e, mais tarde ou mais cedo, os problemas vão surgir todos ao mesmo tempo e colocar-nos diante de um dilema muito difícil.

Portanto, a minha ideia é que só podemos evitar ter de fazer escolhas ainda mais difíceis se atuarmos a tempo e de maneira prudente. É este o caso das alterações climáticas. Se não atuarmos já, se não tomarmos medidas urgentes, qualquer dia estaremos confrontados com problemas maiores e impossíveis de resolver.

Bom, mas se eu fosse colocado diante do dilema elefante-pessoa-dinheiro-convento, tal como vocês foram confrontados? Se tivesse que reagir por instinto, sem tempo para pedir opinião a outros?

Vou dizer-vos como é que eu pensaria no problema. Pensaria que a pessoa que precisava de ser salva, ainda que eu não a conhecesse, era minha filha. E, portanto, a resposta é simples: eu desejaria ser capaz de salvar a pessoa.

8. Como é que pensa que os países mais pobres podem deixar de poluir o planeta?

Quando analisamos as estatísticas da poluição do planeta, vemos que os países mais desenvolvidos são os que poluem mais. Isto acontece porque são os países desenvolvidos que gastam mais recursos do planeta, mais energia, mais matérias primas, e que produzem mais emissões, mais lixo e desperdiçam mais.

Mas também é verdade que os países pobres, apesar de terem uma baixa atividade económica, têm também muitas dificuldades de organização e atravessam frequentemente períodos de grande instabilidade. E é por isso que o lixo que geram tem grande impacto. Vemos isso especialmente com os plásticos, pois não há sistemas de recolha e tratamento e o destino final é sempre o chão e o mar.

Portanto, a solução para os países pobres é o desenvolvimento económico. No entanto, todos também compreendem que os países pobres não devem desenvolver-se economicamente da mesma forma que os países ricos se desenvolveram. Se isso acontecesse, então o lixo, como o dos plásticos, seria controlado, mas tudo o resto iria contribuir para um agravamento das alterações climáticas, para a destruição total da biodiversidade, para a destruição das florestas, para o sobre consumo de peixes, e por aí adiante.

Estamos diante de um grande desafio para o mundo, maior ainda do que o das alterações climáticas. É por isso que as Nações Unidas criaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, que visam promover o desenvolvimento dos países pobres evitando os defeitos dos países ricos.

Um dia destes, poderemos falar sobre os ODS, que é um dos temas que eu estudo. Mas para já, precisamos saber que os países ricos têm de ajudar os países pobres.




9. Como avalia o nosso projecto de Educação Ambiental D. Nuno Árvores Pereira? Acha que pequenos projectos como este podem fazer a diferença?

Sim, perfeitamente. As pessoas muitas vezes desprezam os “pequenos” projetos simplesmente porque são pequenos. Mas até os grandes projetos são feitos da reunião de pequenas coisas. Se pensarmos bem, o que acontece normalmente quando grandes projetos falham? Falham porque pequenas partes do projeto falharam. Portanto, eu valorizo muito os pequenos projetos e acredito que todos os projetos pequenos, se forem bem feitos, dão origem a coisas maiores.

O que é que nós podemos ambicionar com o projeto de Educação Ambiental D. Nuno Árvores Pereira? Vou dizer quatro palavras que me parecem importantes e valiosas e que vocês poderão juntar às vossas ideias:

a) Criatividade: é uma componente do projeto. Isso vê-se logo quando se faz o jogo de transformação do apelido Álvares em Árvores, promovendo uma reinterpretação da designação da escola. Com este jogo de palavras, a escola ganha uma nova personalidade e uma nova ambição. É também uma excelente forma de comunicar, pois todas as pessoas vão reparar e saber interpretar o significado.

b) Alavancagem: é outra componente do projeto. A palavra alavancagem é uma modernice, mas é muito adequada para expressar a ideia de utilizar uma alavanca para aumentar o efeito de uma ação. Para alavancar uma ideia é preciso concretizá-la primeiro. Se correr bem, então a ideia ganha pernas e pode ser reproduzida noutras turmas, noutros anos e noutras escolas.

c) Holismo: é outra componente do projeto e muitíssimo valiosa. Esta palavra é foneticamente desagradável e por isso quase sempre é substituída por holística. Ora o holismo pede que os fenómenos sociais sejam analisados através de uma compreensão integral, recorrendo a múltiplos saberes. É o que acontece com o vosso projeto, juntando o saber da língua, das ciências da natureza, da geografia, da física e da política.

d) Materialidade: é a quarta componente do projeto e também muito importante. Esta palavra representa o valor, a relevância, que o tema do projeto tem para a sociedade e para a formação das competências dos estudantes. E todos concordam que o tema das alterações climáticas é valiosíssimo. Se é assim, é um tema “material”, com importância, que influencia a nossa vida.

10. Dr. Eduardo, o que o levou a vir a Tomar, à nossa escola, falar sobre Energias Renováveis e Alterações Climáticas? Foi para nós pensarmos no nosso futuro? Para decidirmos o que vamos fazer dele?

Vocês nem vão acreditar na minha explicação porque é muito complicada e extensa. Mas certamente o meu principal propósito não foi para vocês pensarem no futuro nem para decidirem o que vão fazer dele. É claro que pode ser que alguns de vocês tenham gostado ou odiado tanto a palestra que se lembrem dela daqui por algum tempo. Mas eu não sei qual é a parte de que se vão lembrar nem faço ideia se isso poderá revelar-se importante para algum de vós. O que eu sei é que todas as pessoas são influenciadas por muitas coisas em simultâneo, desde logo pela família, pelos professores, pelos amigos, pela informação que chega pelos livros, pela televisão, pela internet, pelos acontecimentos em que participam e pelos problemas e dificuldades que têm de enfrentar. Numa palavra, pelas circunstâncias em que vivem. Por isso, não é numa aula de 50 minutos que uma pessoa vinda de fora pode influenciar outra a ponto de a pôr a pensar no futuro e no que irá fazer dele.

De maneira que vou revelar-vos a verdadeira razão, esperando que não fiquem demasiado dececionados com ela. Vou arrumar a explicação em 5 partes.

Em primeiro lugar, fui a Tomar porque a professora Fátima Barroca me encontrou um dia numa conferência e tomou a iniciativa de me contar o projeto de Educação Ambiental, embora só me conhecesse de me ouvir falar nessa conferência. O que ela propôs foi muito simples. Que eu fosse dar uma palestra às turmas sobre energias e alterações climáticas, no âmbito do projeto escolar. Quando ela me perguntou se eu estaria disponível, respondi imediatamente que sim. Desde logo porque reconheci que o projeto da escola tinha muito valor e merecia ser apoiado. E portanto dispus-me a contribuir para o sucesso do projeto.

Em segundo lugar, respondi imediatamente que sim à proposta da professora Fátima Barroca porque trabalho todos os dias com assuntos sobre energias e alterações climáticas e julgo saber o suficiente para poder conversar sobre isso. Ou seja, eu sentia-me à vontade na matéria. Ainda quanto a isto, respondi sim porque podia fazê-lo sem obstáculo e sem ter de faltar ao trabalho. Acontece que a minha empresa, que é a EDP, possibilita que, uma vez por mês, todos os seus trabalhadores possam gastar quatro horas do período de trabalho para fazer voluntariado. É claro que se eu tivesse de faltar ao trabalho sem autorização, não teria vindo.

Em terceiro lugar, respondi imediatamente que sim à proposta da professora Fátima Barroca porque gosto muito de participar em palestras e conferências. Quando as coisas correm bem e sentimos que fomos úteis, isso dá-nos prazer e rejuvenesce-nos. Em especial, gosto de conversar com jovens porque eles desafiam-me com perguntas difíceis, porque têm muita energia positiva e são quase sempre francos e frontais.

Em quarto lugar, e por outro lado, também tenho a opinião de que as pessoas que têm experiência e conhecimento devem partilhar o seu saber com os outros, especialmente com aqueles que têm muita vontade de aprender. Em especial, as pessoas que vivem nas grandes cidades, como é Lisboa, têm o dever de se aproximar das cidades mais pequenas, como é Tomar, e partilhar a sua experiência. Isso é importante porque ajuda a equilibrar as diferenças e nos aproxima uns dos outros.

Em quinto lugar, e por fim, enquanto magicava no que haveria de ser a palestra, e depois de muitas dúvidas, fui concluindo que tudo o que eu teria de fazer era despertar-vos para algumas ideias que pudessem satisfazer as vossas curiosidades. A minha principal dificuldade foi “reaprender” como são os jovens do oitavo ano. Felizmente tenho uma sobrinha que está no nono ano e que já é muito senhora do seu nariz, que tem ideias muito fortes e opiniões válidas, e que serviu de imagem para eu vos visualizar por antecipação.

Mas se vocês, mesmo assim e apesar destas compridas explicações, ainda me perguntarem o que me levou a Tomar, respondo brevemente que tudo o que eu queria era que vocês gostassem ainda mais de aprender muito de física e de ciências naturais, e de geografia e de português e de tudo o mais, para que possam ser felizes e ajudar os outros a serem igualmente felizes.

As tumas do 8.º A, B e C agradecem-lhe o empenho e a estupenda palestra.

Sem comentários:

Enviar um comentário