Domingo, 5 de abril de 2020
Querido diário,
Em situação normal, ficaria feliz por num dia chuvoso como este poder ficar em casa, no sofá, a ver filmes e séries o tempo todo. No entanto, não é assim que me sinto. Porque não é um dia normal. Porque esta fase crítica que estamos a viver é tudo menos normal.
Estamos há praticamente um mês em casa, devido a um vírus, o Coronavírus. Um vírus que apareceu há poucos meses e já veio mudar tanta coisa. Um vírus que matou e continua a matar milhares de pessoas. Um vírus que alterou completamente a nossa rotina. Um vírus que fez com que muitos começassem a dar valor a coisas que antes pareciam insignificantes.
Porém, se olharmos para toda esta situação de outra perspetiva, nem tudo foi mau. É impressionante como os níveis de poluição diminuíram imenso entre 2019 e 2020 na China central e um pouco pelo mundo inteiro. Este vírus veio também dar à Terra o descanso de que ela tanto precisava.
Se tem sido fácil estar de quarentena? Não, de todo. Sinto falta de imensas coisas que antes não pareciam assim tão importantes. Sinto falta de pessoas, de lugares, da minha rotina.
Confesso que já estive mais preocupada com esta situação. Continuo a estar, obviamente, mas tento manter-me positiva e afastar todos os pensamentos maus da minha cabeça.
Só pergunto quando. Quando é que tudo isto vai acabar? Quando é que vamos voltar à normalidade? Quando é que poderei abraçar de novo as pessoas que mais amo? É isto que me faz confusão. Não saber quando nem como vai acabar.
Apesar do comportamento indecente de algumas pessoas, que ainda não perceberam a gravidade da situação, não tenho dúvidas de que vamos conseguir ultrapassar tudo isto. O Homem já passou por tanta coisa, esta é mais uma batalha que vamos vencer. Juntos.
Há alguns anos atrás pediam aos nossos antepassados para irem combater para a guerra. A nós pedem-nos para ficar em casa. Será assim tão difícil?
Com amor,
Inês Luís
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