O Projeto +Humanidade, do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, realiza, de há anos para cá, várias atividades que pretendem ser, antes de mais, uma reflexão na inquietação a que o “Dia da Eliminação da Violência Contra as Mulheres” estão associado, a da violência exercida sobre as raparigas e as mulheres. Em Portugal e no mundo inteiro.
Um momento para refletir sobre a "Violência Contra as Mulheres" |
Antes de mais, uma atividade de tão amplo espectro, numa sociedade de características – ainda - assumidamente patriarcais, apesar do progresso civilizacional, onde a violência contra as raparigas e as mulheres mostra o lado negro da condição humana.
O Projeto + Humanidade e o Agrupamento assumem as suas responsabilidades na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, promovendo a discussão, a partilha e o caminho que, potencialmente, pode materializar os padrões humanistas e solidários de uma sociedade que antecipámos, nas melhores utopias e considerações filosóficas e didáticas, mais perfeita e fusional entre homens e mulheres.
Auditório da Biblioteca Municipal |
Esta atividade não é feita para celebrar ou comemorar. Não há motivos para tal. É feita para pensar e para refletir sobre o significado deste Dia, criado pela ONU, feita para nos interrogarmos. Olharmo-nos ao espelho, enquanto sociedade, e mudar comportamentos.
Alguns testemunhos no âmbito da APAV |
Organizada pelo Projeto +Humanidade. A palestra, no Auditório da Biblioteca Municipal de Tomar, no passado dia 26 de novembro, para todas as turmas do 11.º ano, foi presidida pela Diretora do Agrupamento, Dra. Maria Celeste Sousa. A Diretora, na abertura, expôs a importância da jornada de reflexão no âmbito dos valores e da cidadania, dos propósitos que a todos dizem respeito.
Momento da abertura dos trabalhos |
A palestra teve dois excelentes comunicadores, apresentados pela Coordenadora do Projeto, Dra. Isabel Conceição: o Dr. Gustavo Duarte, Psicólogo da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), de Santarém, e o Dr. João Guilherme Pires da Silva, Juiz no Tribunal de Família e de Menores, no Tribunal de Tomar.
Dr. Gustavo Duarte - psicólogo da APAV |
Com larga experiência na área em questão, deram um contributo precioso aos jovens alunos das problemáticas associadas à violência contra as mulheres e raparigas, desde as questões sociais e da mentalidade que persistem, das respostas emocionais e jurídico-legais que são disponibilizados pelo Estado, pela APAV e outras instituições, que desenvolvem um papel notável no acompanhamento e proteção das vítimas, nelas incluindo as casas-abrigo, para onde são encaminhadas as mulheres e raparigas que correm maiores perigos.
Auditório da Biblioteca Municipal |
As comunicações, de grande qualidade e empatia, foram enriquecidas pelas questões que foram sendo colocadas aos convidados pelos alunos e professores, num ambiente de grata partilha.
O Dr. João Guilherme Pires da Silva não pôde estar na palestra, desde o seu início. Motivo: teve de permanecer no seu local de trabalho, o Juízo de Família e de Menores, do Tribunal de Tomar, a resolver um caso de violência doméstica.
Dr. João Pires da Silva - juiz no Juízo de Família e de Menores em Tomar |
Foi uma atividade muito significativa, uma jornada de debate e reflexão sobre um tema infelizmente sempre atual na nossa sociedade, um atropelo brutal à identidade e personalidade das dezenas de milhar de vítimas, na negação dos direitos fundamentais, que assistem a todos. Mulheres e homens.
José Sobral
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