terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

25 de novembro

No dia 15 de novembro de 2022, a população mundial atingiu os 8 mil milhões de pessoas. Desse número astronómico de seres humanos que partilham o seu dia a dia no nosso planeta, mais de metade é composta por mulheres. Esta maioria, em muitos países ainda silenciada pelas mais diversas razões, continua, há longos séculos, a não ter reconhecidos os seus direitos fundamentais, enquanto ser humano. E, por isso mesmo, a não os poder viver, no seu quotidiano.



A violência cometida sobre as mulheres permanece, nos dias de hoje, um flagelo à escala mundial. Os números são assustadores. Tanto, que a ONU decidiu instituir o dia 25 como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. A efeméride, que passou a ser celebrada anualmente como uma jornada de reflexão e, de certa forma, pressão sobre os governos e sobre as sociedades, à escala planetária, para que a desumanidade, a brutalidade que recai sobre as mulheres não se afunde no esquecimento e, antes pelo contrário, se promovam todas as medidas, todas as iniciativas, que propiciem a sua defesa, bem como a salvaguarda e o respeito pelos seus direitos fundamentais. Direitos fundamentais que foram expressos na Carta das Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos do Homem, bem como nas Constituições da maioria dos países; aqueles em que vigoram os regimes democráticos.




No entanto, e até nesses – clube do horror, a que Portugal, lamentavelmente, insiste em pertencer - a violência sobre as mulheres é um processo continuado e avassalador, pela sua dimensão. E os Direitos tardam em sobrepor-se à barbárie.



É neste contexto que se inserem as muitas atividades pensadas e dinamizadas pelo Projeto + HUMANIDADE, do Departamento de Ciências Sociais e Humanas, do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria para, antes de mais, promover a reflexão e o não apagamento da memória que recai na tragicidade tantas vezes associada à condição de mulher. Em suma, estas têm o firme propósito de promover o conhecimento, a partilha, o debate, a cidadania.


A celebração da data foi especialmente enriquecida pelo apoio da Direção do Agrupamento e, desde a primeira hora, pela junção constante, muito harmoniosa e muito criativa de outros projetos do Agrupamento à ideia estruturada inicialmente, a saber: o Projeto ARTE +, do Departamento de Artes, que executou as silhuetas de figuras femininas nos caixotões de cartão industrial, colocados à entrada da EDNAP e da ESSMO e, também, o magnífico cartaz das atividades, bem como um outro relativo à calendarização das mesmas; do Projeto “UM GESTO DE AFIRMAÇÃO”, que é uma ideia original de intervenção cívica da Mariana Rei, da Maria Lopes, do Martim Rodrigo, da Joana Valada e da Matilde Godinho, um grupo de alunos do 12.º ano, que, depois, se estendeu a muitos outros alunos do 9.º até àqueles que estão a completar o ensino secundário e conseguiu, pelo seu dinamismo, motivação e empatia, agregar o melhor que os jovens estudantes sentem e projetam nos seus sonhos e utopias, na construção de um mundo melhor.


 
Foi este projeto que esteve por trás da intervenção inicial, de fortíssimo impacto na audiência, a partir de uma exposição, em contraluz, de relatos sobre experiências traumáticas experienciadas por várias mulheres, contados pela Isa Duarte, pela Margarida Vieira, pela Clara Martins e pela Maria Lopes, com a encenação da Mariana Rei.

   

Em conjugação com os Projetos supramencionados, muitos outros professores e numerosos alunos do Agrupamento – muitos dos quais, terrivelmente, já experienciaram, entremuros, situações que cabem no Dia e na ressonância que as atividades significam e espraiam – tomou nos seus braços a realização dos mais diversificados trabalhos, individuais ou em grupo: colagens, cartazes, pinturas, montagens, exposição dos trabalhos e na participação muito ativa, muito presente, nas palestras realizadas para as turmas do 6.º e 8.º anos, na EDNAP, e do 10.ºano, na ESSMO. 


As que se realizaram para os alunos do 2.º e 3.º ciclos, no auditório da instituição, tiveram como tema a “Prevenção dos maus-tratos e das aproximações abusivas”, dinamizadas e apresentadas pela professora Angelina Oliveira, tendo tido a adesão muito interessada da plateia, que interagiu e reagiu de forma muito enriquecedora, enquanto que a ação de sensibilização (palestra), direcionada para os alunos do ensino secundário, esteve a cargo da APAV, dinamizada pelo psicólogo clínico Gustavo Duarte e teve lugar no auditório da Biblioteca Municipal. Após a intervenção das alunas de «Um Gesto de Afirmação», o Dr. Gustavo Duarte, excelente comunicador, estabeleceu com a audiência - que se mostrou, sempre, muito generosa, interessada e muito participativa - um diálogo interpelativo, que respondeu às inúmeras questões e inquietações de ordem pessoal e coletiva da plateia.


Da atividade foi feita gravação em vídeo e registo fotográfico, trabalho dedicado da autoria dos alunos André Vicente, Duarte Ricardo, João Pereira, Marisa Sousa, Raquel Lopes, Rúben Ramos, do Curso Técnico de Multimédia da ESSMO.

  

Os jovens estudantes, e todos os professores que se associaram à materialização da atividade, evidenciaram uma fortíssima empatia e envolvência com tudo o que foi pensado e levado a bom termo.

O Projeto + HUMANIDADE agradece a todos os que tornaram esta atividade tão gratificante e tão bem-sucedida.





↓ Mais fotos nesta pasta: ↓
25 de novembro





Sem comentários:

Enviar um comentário