quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

ROSTOS CAMONIANOS

Oficina de Artes – 12.º C


A exposição “Rostos Camonianos” visa comemorar os 500 anos do nascimento do poeta Luís de Camões, uma figura de extrema importância para a literatura portuguesa.

Cada busto não é apenas um rosto, é o reflexo da poesia camoniana, os rostos das figuras reais e fictícias que compõem Os Lusíadas, obra que tanto enriqueceu a nossa cultura portuguesa.




Na disciplina de Oficina de Artes, em articulação com as disciplinas de Português e Desenho, explorámos a conexão entre a expressão artística, a cultura e a história da nossa sociedade, bem como na forma como nos relacionamos e percecionamos a nossa realidade e identidade.

A nossa história, que pretendemos representar e homenagear com este projeto, mostra um conhecimento imprescindível, que devemos analisar, para que possamos viver em comunidade de forma harmoniosa.

Convidamos assim todos a explorar esta exposição, onde a expressão artística se entrelaça com a rica poesia camoniana, um marco na história da literatura portuguesa.


Vasco da Gama

A viagem de Vasco da Gama rumo ao Oriente é o tema principal d’Os Lusíadas, de Camões. Logo no canto I, no consílio dos deuses, decide-se o destino dos portugueses - a chegada à Índia. Com o apoio da deusa Vénus, e de Júpiter, a frota do Gama atingirá o seu objetivo.

Vasco da Gama

No final da epopeia, na Ilha do Amores - que funciona como prémio ou recompensa pela bravura dos portugueses - Vasco da Gama casa, simbolicamente, com a ninfa Tétis.


D. Pedro I

Esta personalidade, que nasceu a 8 de abril de 1320, em Coimbra, e veio a falecer em 18 de janeiro de 1367, em Estremoz, aparece no canto III, d’Os Lusíadas, bem como a sua amada, Inês de Castro.

Este canto fala de uma triste e trágica história de amor, em que a relação amorosa deles termina com a trágica execução de Inês de Castro.

D. Pedro I

 O Amor, somente ele, foi quem causou a morte de Inês, como se ela fosse uma inimiga.

D. Pedro I, rei de Portugal, apelidado de Justiceiro ou Cruel, ficou conhecido pela atenção dada à justiça e pelo amor por Inês de Castro que, depois de morta, foi rainha.


Inês de Castro

Inês de Castro Na grandiosa obra “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, é narrada e descrita, de forma emocionante, a história de amor entre Inês de Castro e D. Pedro I. Esta história esteve repleta de ventura e tragédia, visto que estes amores não eram bem-vistos pela sociedade da época. O Patriotismo, terá sido o principal fator que contribuiu para a morte de Inês, pois, o povo, e sobretudo a nobreza, opunha-se à ascensão dos seus filhos como potenciais sucessores ao trono, devido às suas raízes espanholas que poderiam ameaçar a independência da nação.

D. Inês de Castro

D. Afonso IV, pai de D. Pedro I, acabou por ordenar o degolamento de Inês pelos “horríficos algozes”: Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco, que também encontraram o seu fim pelas mãos de D. Pedro I.

Após o seu assassinato, Inês fora coroada Rainha de Portugal em 1361, no Mosteiro de Santa Clara, por ordem de seu amante, o rei D. Pedro I.

“Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo com, falsas e ferozes
Razões, à sua morte crua o presuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saūdade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava”

Canto III, estância 124

Adamastor

N’Os Lusíadas, de Camões, o Adamastor é a personificação das superstições e dos medos que impediam os navegadores portugueses de dobrar o Cabo das Tormentas e de alcançar a passagem para a Índia.

Adamastor

Nesta epopeia, o Adamastor é caracterizado pelas suas dimensões gigantescas, pelo seu rosto carregado, pela barba esquálida, pelos olhos encovados, pelos cabelos desgrenhados, crespos e cheios de terra, pela boca negra e pelos dentes amarelos. Estes aspetos físicos contribuem para uma visão medonha deste gigante.

Apesar de todas as condições adversas provocadas pelo Adamastor, a tripulação de Vasco da Gama venceu o monstro, o que permitiu a alteração do nome do cabo para "Cabo Da Boa Esperança".

Este episódio demonstra bem a coragem, a força e a bravura do povo lusitano, o herói principal d'Os Lusíadas.


Tétis

Tétis é uma ninfa presente na obra “Os Lusíadas”, uma divindade marinha e imortal, que, simbolicamente, casou com Vasco da Gama (prémio).

Tétis

Os aspetos marítimos foram representados nesta escultura através da estrela-do-mar e a onda do mar no seu ombro. A sua divindade está expressa nos olhos fechados para lhe atribuir um ar sereno e elegante.


Bárbara, a Cativa

Este busto representa Bárbara, uma cativa por quem Camões se apaixonou numa viagem pela Índia aquando da expansão marítima.

Bárbara Escrava
 
Segundo as palavras de Camões, Bárbara tem feições singulares, doces e meigas apesar de cansadas devido, provavelmente, ao trabalho árduo que faz enquanto escrava. Contudo, o poeta descreve-a de forma a evidenciar a sua beleza (tez escura e olhos pretos) que, embora não obedecendo ao protótipo de mulher renascentista, é superior à beleza das flores ou das estrelas.

Apesar do seu nome – Bárbara, nome de escrava –, esta mulher por quem o poeta está “cativo” porque a ama, não se assemelha a uma escrava.


Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo (1451-1506) foi um navegador cuja nacionalidade ainda hoje é questionável – uns creem que seja genovês, outros espanhol e outros ainda português. Há quem diga que Camões se refere a ele, não de forma explícita, no canto X, d’Os Lusíadas, contudo essa alusão não parece crível.

Cristóvão Colombo

Sabe-se que foi comandante da frota espanhola que chegou às terras do “Novo Mundo”, em 12 de outubro de 1492. Acreditando ter alcançado as Índias pelo caminho do Ocidente, morreu sem saber que encontrara terras de um novo continente, na região da atual América Central.


Velho do Restelo

O Velho do Restelo é uma personagem introduzida por Luís de Camões, entre as estrofes 94 e 104, do canto IV, da sua obra Os Lusíadas. O Velho do Restelo é variamente interpretado como símbolo dos pessimistas, dos que não acreditavam no sucesso da epopeia dos Descobrimentos Portugueses, para o Oriente, e surge aquando da primeira expedição à Índia com avisos sobre a odisseia que estaria prestes a acontecer.

O Velho do Restelo

No episódio, narra-se a partida de Vasco da Gama aos mares (a saída do porto, ainda em Portugal). Um ancião (o Velho do Restelo) põe-se então a acusar as viagens e os ocupantes das naus, sob o argumento de que os temerários navegadores, movidos pela cobiça de fama, glória e riquezas, procuravam desastre para si mesmos e para o povo português.



Luís Vaz de Camões

Este busto em barro representa Luís de Camões, um dos maiores poetas da literatura portuguesa. Com uma expressão serena e profunda, o busto evoca a dignidade e a intensidade de um homem cuja obra imortalizou a história e as tradições do seu país.

Luís Vaz de Camões

Camões é retratado com a barba característica e o olhar contemplativo, refletindo a sua alma de artista e de pensador. A peça busca refletir não apenas a imagem física de Camões, mas também a sua grandeza literária – Os Lusíadas e as Rimas – e a herança que deixou para as futuras gerações.



Catarina de Ataíde Da Gama

Catarina de Ataíde da Gama, uma figura pouco conhecida, mas fundamental e indispensável, na vida de Vasco da Gama, e protagonista d’Os Lusíadas (como representante do povo português).

Catarina nasceu em 1470 (em Portimão, Faro) e faleceu em 1535. Ela casou-se com Vasco da Gama, 3.º Vice-Rei e 6.º Governador da Índia, aproximadamente em 1499 e tiveram 8 filhos e 2 filhas.

D. Catarina de Ataíde da Gama

Catarina de Ataíde era uma senhora muito devota e de rara beleza. Alguns historiadores indicam que ela foi a grande paixão da juventude de Luís de Camões, embora existissem outras senhoras com o mesmo nome na corte, naquela época.

O que se conhece é que houve uma Catarina de Ataíde a quem Camões dedicou vários poemas, embora com o nome de Natércia.



Dinamene

Dinamene é um dos interesses românticos que Camões teve, uma mulher chinesa descrita como sendo belíssima. O poeta ter-se-á apaixonado por ela durante uma das viagens ao Extremo Oriente e que, tendo morrido num naufrágio, foi por ele personificada na figura da ninfa marinha.

Dinamene

Entre os diversos poemas que lhe dedica, refiro estes versos de um deles:
 
“Ah, minha Dinamene assi deixaste
Quem não deixara nunca de querer-te!”.

Nesta obra, o seu amor por Camões ficou simbolizado por um “brasão” no seu peito, do lado esquerdo que é o lado do coração.



Francisca de Aragão

Francisca de Aragão nasceu no século XVI, em Portugal, e pertencia à nobreza portuguesa. Mais conhecida pelo seu casamento com Jorge de Albuquerque, importante fidalgo português, que tornou Francisca num elo importante nas redes de poder da nobreza portuguesa.

D. Francisca de Aragão

Esta personalidade foi uma figura significativa no contexto político e social da época, tendo um desempenho no papel da manutenção das alianças familiares e na estabilidade social da corte.

Francisca de Aragão está profundamente ligada ao papel das mulheres da nobreza portuguesa do século XV, tendo sido considerada, por alguns, mais uma musa inspiradora de Camões.


Os alunos do 12ºC
Prof.ª Antónia Rodrigues


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Semana do Ensino Profissional (10º G1 e 11º G1)

Os alunos dos 10º e 11º anos do Curso Profissional de Multimédia deslocaram-se no dia 12 de fevereiro ao Instituto Politécnico de Tomar para participar nas atividades da Semana do Ensino Profissional.



As turmas participaram em algumas atividades e oficinas associadas à área de formação dos alunos e que apresentamos de seguida:
  • Impressão têxtil serigrafia;
  • Edição de imagem bitmap;
  • Robótica e interfaces homem-máquina para assistência a pessoas com limitação motora;
  • Manipulação de imagens digitais;
  • Informática- realidade virtual e aumentada;
  • Tecnologia de produção de azulejos e a sua conservação;
  • Mobilidade elétrica e monitorização ambiental.

Os alunos foram acompanhados pelas professoras Claúdia Faria e Lisete Lapa.


A equipa responsável pela notícia:

Érica, Lúcia e Kevin do 11º G1
Curso Profissional Técnico de Multimédia

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Educ. Física com o CIRE e o 9H

Turma do CIRE junta-se ao 9.º H para uma aula especial de Educação Física


Na passada semana, a turma do 9.º H teve a oportunidade de partilhar uma aula de Educação Física com um grupo de alunos do CIRE. A atividade foi conduzida pelo professor Pedro Nunes e contou também com a presença da professora Celeste Garcia, do CIRE.


Foi um momento de grande integração, convívio e diversão, onde os alunos participaram em diversas atividades desportivas, promovendo o espírito de equipa e a inclusão.


Esta experiência reforçou a importância do desporto na construção de laços e no respeito pela diversidade.


No final, ficou a certeza de que todos saíram mais ricos com esta partilha, provando que a Educação Física vai muito além do exercício físico – é também um espaço de amizade e aprendizagem mútua.





quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Carnaval na EDNAP

Os alunos do 6º ano, turmas  E, F e G, nas aulas de ComunicArte, aprenderam coisas novas sobre Matérias Primas e Materiais e a saber respeitar o ciclo de vida dos mesmos, relembrando que a reutilização e a reciclagem são passos importantes para manter o Planeta saudável.

Aceitaram o desafio e construíram máscaras de Carnaval que estão expostas na escola para alegria de todos.

Foram muito criativos, mas sobretudo perceberam que do lixo também se faz arte.

Professora Sofia Oliveira 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Erasmus SIGN-Earth (Turquia)

Na semana de 6 a 12 de outubro, decorreu uma mobilidade Erasmus+ integrada no projeto "Erasmus SIGN-Earth". Da Escola Secundária Santa Maria do Olival, as alunas Margarida Nunes (11º ano), Daniela Ferreira (12º ano) e Matilde Diniz (12º ano) deslocaram-se para Çorum e Capadócia, na Turquia, acompanhadas pelos professores Ana Mafalda Veríssimo e Henrique Oliveira.



O projeto "Erasmus SIGN-Earth" tem como objetivo principal o combate às alterações climáticas. Igualmente, faz com que todos os alunos conheçam outras culturas, países, religiões, costumes aos quais não estão habituados a lidar no seu dia-a-dia, o que permite aos jovens conhecer na prática os seus usos e costumes e abranger compreensivamente as suas ideologias.

Depois de uma longa viagem, de cerca de 13 horas, chegamos à Capadócia. Foi a hora de conhecer os outros alunos e cumprir um extenso plano de atividades, o que ocupou toda a semana.



Nos dois primeiros dias, os quatro países integrados no projeto estiveram na região da Capadócia para conhecer um pouco da cultura dessa parte do país.



No terceiro dia, a nossa estadia na Capadócia chegou ao fim e, após uma longa viagem de autocarro, chegamos a Çorum, onde fomos acolhidos pelas famílias e permanecemos até ao final da semana. Neste dia, visitamos a cidade subterrânea, observamos balões de ar quente e almoçamos no restaurante "EVRANOS".



No quarto dia, visitamos a escola dos alunos turcos, onde fomos recebidos com uma apresentação de música e dança típicas do país. Depois do almoço, visitamos uma estação de tratamento de resíduos, onde pudemos ver várias formas de aproveitar plásticos.

No dia 10, pela manhã, os alunos fizeram apresentações onde falaram sobre a escola e o tipo de ensino, a cultura e festividades da cidade e do país. Após almoçarem no shopping, os alunos passaram a tarde em um parque de diversões.


No penúltimo dia, visitamos uma mesquita, onde permanecemos a manhã, até ao fim do almoço. Depois do almoço, fomos à casa das famílias, onde nos preparamos para uma festa de despedida organizada pelos alunos.

No último dia, despedimo-nos das famílias e fomos de autocarro até Ancara, onde apanhámos o voo de regresso a Portugal.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

"Arte é a única forma de escapar da realidade sem sair dela." – Albert Einstein.

Na era digital, a comunicação, tanto oral quanto escrita, enfrenta desafios inéditos. 

O ritmo acelerado e fragmentado da informação dificulta uma expressão clara e coerente, especialmente entre os jovens, que lidam, muitos deles e em cada dia, com dificuldades linguísticas como distúrbios na articulação, dislexia, discalculia (todas as “Dis” e/ou outras perturbações linguísticas, com impacto direto no processo de aprendizagem).

Um pormenor do trabalho dos alunos

Vivemos num mundo onde a velocidade se tornou a norma e não anda de mão dada com o estudo diário, continuo e silencioso que deveria ser o de cada criança e de cada jovem. É neste treino do desaceleramento da mente que a arte surge como um instrumento indispensável, pela estrutura e organização que impõe ao pensamento, pois aprimorar a expressão é fomentar habilidades críticas como a análise e a argumentação. A criação artística ensina os alunos a focarem a atenção, a organizarem ideias e a compreenderem simbolismos e contextos, competências fundamentais para o desenvolvimento da leitura e da escrita.

As tecnologias não podem ser ignoradas, pois bem utilizadas são essenciais em vários domínios. No entanto, o abuso e a constante exposição a computadores, tabletes e telemóveis acelera e esgota, por vezes inutilmente o cérebro, o que dificulta a capacidade de concentração e reflexão crítica. 


"Alimentar o Amor"

Como mãe de três filhos, julgo essencial incentivar atividades que promovam a desaceleração, como a leitura de livros físicos, a prática da comunicação verbal clara e a valorização da escrita de qualidade. Paradoxalmente, as escolas nunca tiveram tantos recursos tecnológicos à disposição, facilitadores de buscas rápidas de informação e, por outro lado técnicos especializados e professores para um apoio ao estudo mais concentrado. O desempenho será melhor relativamente ao que era há uma ou duas décadas?

"A nossa casa Interna"

Defendo, atividades que ajudem a diminuir o ritmo frenético do mundo moderno, como a leitura silenciosa, o estudo adaptado às necessidades individuais, o desporto, a música e os trabalhos manuais. Estas práticas favorecem, na minha humilde opinião, momentos de introspeção e de foco, ao mesmo tempo em que exercitam nos alunos a paciência, a disciplina e a criatividade. Face a um momento criativo ou de rigor psicomotor, as crianças e os jovens aliviam o stresse e promovem o bem-estar emocional. 

"Love is in the air"

Recentemente, para o Dia dos Namorados, um pequeno grupo de alunos demonstrou que, apesar das dificuldades enfrentadas no contexto escolar, são capazes de criar com dedicação e expressar à sua maneira e criatividade. Com o auxílio de um professor, um aluno construiu pequenas casas de pedra, chamadas "A Nossa Casa Interna" (sala CAA1 – DNAP) em que cada pedra representava um momento de fé e de autoconhecimento. Outro singelo trabalho mas não menos importante, foi uma mesa feita de papelão, intitulada "Alimentar o Amor". Mesmo com cortes imperfeitos, a mesa mantem-se em equilíbrio e simboliza a nossa busca constante pela estabilidade, mesmo diante das incertezas da vida. O cartaz "Love is in the Air", com as suas formas e cores vibrantes, destacou o amor e a empatia no nosso quotidiano.


Pormenor do trabalho

A arte, portanto, vai além da busca pelo belo ou pelo perfeito. No contexto escolar, ela é uma ferramenta poderosa para desenvolver autonomia e responsabilidade nos alunos. A verdadeira aprendizagem ocorre quando o estudante entende que tem um papel ativo na sua evolução. Como disse Leonardo da Vinci: "A arte diz o indizível, exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."


O apoio da família é crucial na estimulação dos jovens em atividades artísticas que fortaleçam não apenas os vínculos familiares, mas também o desenvolvimento de um pensamento mais estruturado e reflexivo. Quando Pais e educadores incentivam os alunos a buscar soluções por si mesmos, a enfrentar desafios e a valorizar o esforço como parte do crescimento pessoal, a obra nasce, a criança evolui no seu todo.

A arte, para além de uma forma de expressão, é um pilar fundamental para a organização mental, a melhoria das habilidades de leitura e escrita e o alívio do estresse causada pelos dias acelerados que vivemos. Mais do que simples criações estéticas, os trabalhos manuais representam um exercício de paciência, disciplina e comprometimento—valores essenciais para a vida tanto dentro quanto fora da escola.

"Arte é a única forma de escapar da realidade sem sair dela." – Albert Einstein.


Maria Conceição Godinho

Educação Especial

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

“Desporto Escolar - Corta-mato Nacional”

No dia 14 e 15 de fevereiro, decorreu em Coimbra o Corta-Mato Nacional Escolar, atividade emblemática do Desporto Escolar, que junta mais de mil alunos oriundos de todas as regiões educativas do país.


A nossa escola esteve presente nesta atividade com as alunas: 

  • Maria Inês Cotrim (11º B)
  • Luísa Cruz (11º F)
  • Rita Matias (10º B)
  • Inês Domingos (11º F)

que foram selecionadas para representar a CLDE da Lezíria e Médio Tejo, após terem obtido o 1º lugar por equipas no corta-mato distrital, que decorreu no dia 24 de janeiro em Almeirim.


As nossas alunas procuraram dar o seu melhor, esforçando para conseguir o melhor resultado individual e coletivo, o qual não foi tarefa fácil, porque na sua prova estavam a participar 160 alunas, os melhores de cada escola do país.

Classificações obtidas pelas alunas do AENSM:

  • Maria Inês Cotrim (11º B) – 63ª Cl.
  • Luísa Cruz (11º F) – 96ª Cl.
  • Rita Matias (10º B) – 108ª Cl.
  • Inês Domingos (11º F) – 129º Cl.

Classificação coletiva – 15º lugar.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

ACD - Educação Relacional (com Rui Marques)

Realizou-se ontem, dia 12 de fevereiro, uma Ação de Curta Duração (ACD para professores e outros responsáveis pela educação, subordinada ao tema "Educação Relacional - O porquê de um novo paradigma?". O formador foi Rui Marques, que ficou conhecido, sobretudo, por ter sido o rosto e o defensor "utópico" da independência de Timor, nomeadamente através da iniciativa "Lusitânia Expresso".

Rui Marques tem um longo currículo. As informações mais detalhadas podem ser obtidas no site pessoal deste motivador.

A diretora do AENSM, Celeste Sousa, sintetizou, na abertura da sessão, toda a nota biográfica numa frase que parece resumir muito bem o essencial de Rui Marques: "Rui, um cuidador de pessoas".

Sara Moucho, Celeste Sousa, Rui Marques

A formação incidiu sobre as grandes questões relacionais dentro das empresas e das organizações.

Começou Rui Marques por partir de um princípio básico e, por isso mesmo, essencial e estruturador de toda a nossa dimensão humana: 

Tudo na vida se baseia em relações

E disse (ou relembrou) o orador que "antes de sermos animais racionais, somos seres relacionais".

E tanto é assim que dependemos das relações que estabelecemos com quem nos enquadra. Na verdade, somos dos seres vivos mais dependentes quando nascemos, e ao longo da vida a nossa sobrevivência (primeiro biológica, depois social, emocional e psicológica) depende integralmente das relações que criamos e mantemos com os outros.

São as relações com os outros que nos explicam e nos estruturam.

Mas é necessário que tenhamos a consciência que estamos a viver um:

#1 Um “inverno” relacional

Um "inverno" relacional?

Este "inverno relacional" pode confirmar-se facilmente em múltiplas evidências na nossa sociedade. Mas, num universo de professores e educadores, destacou:

  • O aumento da violência nas escolas
  • O aumento da violência no quotidiano social (no trânsito; no supermercado; nas aglomerações sociais...)
  • Metade dos professores sentem-se tristes e ansiosos

E destacou que este "inverno relacional" é crítico para as escolas e para o sistema educativo, porque: "Só há aprendizagens significativas num quadro de relações significativas."

E esclareceu que “Aprende-se com quem se gosta e não do que se gosta.

Esta é uma "Geração Ansiosa"

São múltiplos os casos de alunos que reconhecem que aprenderam melhor determinada matéria porque gostaram do professor que lecionou essa matéria; ou mais ainda: que passaram a gostar de uma matéria ou disciplina, por causa do professor(a) que dava essa disciplina.

Nesta perspetiva, a ligação emocional dos aprendentes com os educadores (professores) e com a organização educativa (escola) é mais do que importante: é decisiva!

E acrescentou ainda que: "Só é possível aprender na Escola se a Escola (espaço, organização e professores) for apresentada e percecionada como uma instituição respeitável e admirável." Ora...

E a construção dessa imagem da escola tem a ver com o reconhecimento público da Escola - ou seja, o aluno olhará (e considerará) a Escola como os políticos; os Encarregados de Educação; os colegas; os professores; os órgãos de comunicação social... a comunidade olhar e considerar a Escola. Ou seja, criticar publicamente a escola (instituição) e os seus atores (professores) é o primeiro passo para que a escola e os professores não sejam tidos como "significativos". E... "Só há aprendizagens significativas num quadro de relações significativas."

"Só há aprendizagens significativas num quadro de relações significativas."

A este propósito, Rui Marques confrontou a plateia com os dados estatísticos sobre aqueles que são os grandes riscos para a humanidade:

E a ordem dos três principais riscos (provavelmente, de forma surpreendente) é esta:

  1. Desinformação - a falta de conhecimento e de compreensão dos eventos 
  2. Alterações climatéricas - questões ecológicas e de proteção do ambiente
  3. A polarização social - a surdez entre elementos da sociedade.

e depois... mais cerca de uma dezena de problemas gravíssimos que põem em risco a humanidade. 

Mas nos três primeiros, aqueles que são tidos como os mais graves de todos, temos a "Desinformação" e a falta de "Relações sociais" entre os humanos. Devia fazer-nos pensar...

Um grupo muito atento


#2 - Uma escola é uma rede de relações

“Alguns creem que as pessoas constroem relações. Eu estou convencido que as relações constroem pessoas.”

E Rui Marques destacou a importância das relações pessoais nos indivíduos e nas comunidades escolares e de aprendizagem.

É sua convicção que a educação devia ser pensada, em primeiro lugar, como um exercício relacional.

  • relacionar-se consigo próprio
  • relacionar-se com os outros
  • relacionar-se com o sistema


#3 - A nossa visão da Educação Relacional

A escola precisa de professores relacionais. Professores que invistam na criação de relações significativas e emocionais com os seus alunos e com a comunidade educativa.

“Tanto os professores como os estudantes são transformados por meio do encontro pedagógico à medida que aprendem uns com os outros. A tensão produtiva entre a transformação simultânea individual e coletiva define os encontros pedagógicos.”

“Reformular o que significa ser humano requer reequilibrar as nossas relações uns com os outros, com o planeta vivo e com a tecnologia.

Acredita Rui Marques que somos seres relacionais e que é através de melhores relações que nos tornamos verdadeiramente pessoas, desenvolvemos organizações fortes e comunidades vibrantes.

Assim, torna-se essencial mobilizar e capacitar pessoas, organizações e comunidades para se tornarem conscientes do poder das relações, de modo que as saibam criar, desenvolver ou regenerar.

Intervenções da audiência e espaço para o contraditório.

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Na segunda parte da formação, houve algum tempo para "perguntas e respostas", tendo sido possível escutar as intervenções de alguns elementos da "assistência" relativamente aos temas e questões abordadas.

Rui Maques teve ainda ensejo para sublinhar que estamos rodeados de uma visão negativa do mundo. Os jornais, as televisões, as redes sociais dão prevalência ao negativo, ao que é mau, ao que está mal. Importa "mudar de óculos" e começar a ver (e a reconhecer) o que há muito de bom à nossa volta. As escolas também estão cheias de bons profissionais, de boas ideias e de boas práticas.

E destacou ainda que na visão dos alguns filósofos das relações humanas, a forma como interagimos com os outros passa por cinco atos relacionais essenciais:

  1. pedir - reformular a forma de pedir
  2. oferecer - o gosto de oferecer gratuitamente, sem esperar nada em troca
  3. estabelecer acordos - encontrar pontos de contacto de de concordância com o outro
  4. escutar - prestar atenção e conceder tempo ao outro
  5. reconhecer - circunstancialmente e essencialmente

E, destacando a importância do "escutar", citou Rubem Alves: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.”

Foram muitas as conversas geradas a partir desta ACD


No final, e assumindo que nada disto é fácil e automático, ficou no ar uma ideia apaziguadora das ânsias de perfeição tão características dos professores: "Pode parecer difícil, mas a questão não é saber se é fácil ou difícil. A questão é saber saber se se deve ou não se deve tentar."


Para terminar, importa esclarecer que esta formação de cerca de 3 horas, decorreu no auditório da Biblioteca Municipal e resultou de uma proposta da Direção do AENSM, da creditação do CFTemplários e da colaboração da CMTomar.

Ficam ainda três sugestões de leitura deixadas por Rui Marques a todos os presentes.

NÓVOA, António, "Reimaginar os Nossos Futuros Juntos,
Um Novo Contrato Social da Educação", Leya educação, 2024

HEIDT, Jonathan, "A Geração Ansiosa", D. Quixote, 2024


GOODAL, Jane, "O Livro da Esperança", Ed. Nascente, 2022

E ficam também três links para saber mais sobre Rui Marques

  • https://www.ruimarques.org/
  • https://site.relationallab.pt/
  • https://site.ipav.pt/

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

ECOGIANTS

O Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria abraça mais um Projeto Erasmus+ no âmbito do ambiente e da luta contra as alterações climáticas.



Mais um desafio, desta vez destinado aos alunos do 3.º ciclo, com vista à promoção de práticas sustentáveis, nomeadamente do consumo da água e eletricidade de forma eficiente e consciente e da atividade física, prevenindo as doenças do século XXI, em especial distúrbios alimentares e psíquicos.



O primeiro encontro teve lugar na Polónia, na Escola Podstawowa w Siedlcu Duzym, nos dias 22 e 23 de janeiro, onde os representantes das escolas parceiras (Croata, Finlandesa, Polaca, Portuguesa e Turca) discutiram e redefiniram o programa anteriormente aprovado pela Agência.

Vamos ajudar os nossos alunos a tornarem-se "ECOGIANTS"!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Selo Digital - Escola sem Bullying | Escola Sem Violência

Acabou de ser entregue ao AENSM o "Selo Digital - Escola sem Bullying | Escola Sem Violência".




Este selo, atribuído pela Direção Geral de Educação (DGE) através dos seus Serviços de Projetos Educativos, certifica o empenho e compromisso dos diferentes estabelecimentos do agrupamento com uma escola sem violência e promotora de um ambiente de bem-estar.