sexta-feira, 28 de abril de 2023

Celebrar o 25 a 26 no Paraíso

Celebrar o 25 de Abril
26
Cineteatro Paraíso



No hemisfério norte, abril tem um significado muito especial. É verdade que a Primavera começa no mês anterior, mas é neste que a Mãe-Natureza nos presenteia com os encantamentos que associamos a esta época do ano: a cor, o brilho, a pujança, a renovação, a metamorfose das paisagens por onde corremos, por onde se espraia o olhar e o pensamento.

Em Portugal, além desse maravilhamento estético e emocional, celebramos a Revolução que nos trouxe de volta a democracia e a liberdade, passados quase cinquenta anos de ditadura. Mais precisamente, longos quarenta e oito anos, de 1926 a 1974; primeiro, a ditadura militar e, a partir de 1932, a ditadura salazarista ou Estado Novo, até ao 25 de abril de 1974.

Os militares, em 1926, através de um golpe de Estado, puseram fim à democracia. E são eles que a trazem de volta, em abril de 1974.

Celebrar a democracia e a liberdade é um dever cívico de cada um e de cada uma, sempre. Nos tempos que correm, ainda mais, porque em muitos países, em várias regiões do mundo, os regimes democráticos estão sob ataque cerrado de movimentos neofascistas, xenófobos e racistas. E tudo o que se faça para valorizar a liberdade e a democracia é vital para a formação dos jovens cidadãos.

E foi nesse contexto da formação humanista e da cidadania, que o Projeto +Humanidades, do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, planeou e deu corpo à atividade “Celebrar o 25 de Abril”, no Cineteatro Paraíso, a 26 de abril, para todas as turmas que frequentam o 6.º, 9.º e 12.º anos.

Mais de 400 alunos no cineteatro Paraíso

A professora Angelina Oliveira, na qualidade de vice-coordenadora do Projeto +Humanidades, deu as boas-vindas ao vasto e vibrante público que encheu, por completo, o Cineteatro, e enunciou os objetivos que presidiram à celebração, como atrás se enunciou, realçando que é na junção e na partilha que se alcançam os melhores resultados, querendo com isso reforçar que, na realização da atividade, participaram vários projetos do Agrupamento, várias pessoas – a título individual ou integradas num coletivo - muitas vontades, perspetivas plurais e sensibilidades, que se ajustaram harmoniosamente a um propósito maior.

Prof.ª Angelina Oliveira

Logo após, o Projeto “Um Gesto de Afirmação” apresentou uma admirável performance de dança contemporânea, pelas bailarinas Inês Morgado, Margarida Santos, Francisca Araújo e Erica Carreira. A coreografia, original, é obra das jovens executantes. Ao mesmo tempo, a Mariana Rei, do mesmo Projeto, e aluna do 12.º ano, turma B, de Humanidades, dizia um poema da sua autoria que, pelo seu significado, beleza, sensibilidade e vasto território poético, se transcreve.

A junção de música, movimento e palavras


Encontrar a felicidade, num Portugal Livre

Tenho medo

Tenho medo de falar,
tenho medo de abrir a porta,
tenho medo de sair.
Não tenho onde ir,
fico em casa, onde pertenço
sou parte da mobília, já com pó.
Com as lágrimas desgasto o lenço,
fico sempre no mesmo lugar,
não posso rir, posso chorar
de mim ninguém tem dó.

O meu marido foi preso,
faz hoje 8 semanas e 4 dias
não tenho notícias dele
não sei o que lá lhe fazem,
quando comprou ao nosso mais novo
uma banda desenhada estrangeira 
comprou um bilhete só de ida,
e de uma ou outra maneira
não tivemos direito a despedida.

A minha irmã queria ser enfermeira,
entretanto arranjou um rapazito
mas tal como já lhe tinham dito
era preciso ser solteira.

A minha outra irmã viu também o marido
passar uma noite na prisão
por lhe ter dado um beijo num jardim
quando este regressou da guerra.
Sempre com o coração na mão
pensou que dessa é que era o fim.

Que tempo é este, em que vivo?
Deus, estou a perder a fé
Pátria, não pertenço a este país
Família, foi me tirada.
Tudo o que não quero, nem nunca quis,
é o que vivi e estou a viver
queria saber ser feliz
oh, lá vão esses dias…

Estado Novo,
já não é novo, já dura tempo a mais.
Ditadura, quando é que cais?

Tantos lutaram, nas colónias e mesmo cá, 
país dos cofres cheios e dos bolsos vazio
tantos sofreram, tantos morreram
tantos foram, e não regressaram
tantas bocas caladas à força
tantos olhos tapados
e ouvidos surdos
tanta falta de liberdade
tantos jornais mudos.
Só crescia a vontade
de uma mudança de regime.

Agradeço aos capitães
que nos libertaram deste jogo político
do qual éramos reféns.

Semearam cravos
colheram liberdade 
enterraram a censura
e mudaram a sociedade.



A Mariana Rei, convidada para apresentar a atividade no Cineteatro, continuou, exemplarmente.


.  
«Estamos aqui para celebrar Abril, o 25 de abril, a revolução que nos trouxe de volta a democracia.
O capitão Salgueiro Maia, o rosto da Revolução que simboliza o triunfo da liberdade sobre a ditadura está muito ligado a Tomar, cidade onde viveu parte da sua adolescência.

E da noite mais escura, uma flor se ergueu, raiada de luz, prenhe de toda a esperança.
Tão longa a espera.
E da longa espessura da noite, quase 50 anos, a aurora radiosa para um mundo novo. Para um Portugal livre.

Santarém. Madrugada de 25 de abril de 1974.

Chegou a hora. Não é possível esperar mais.
No quartel, os camuflados são vestidos à pressa e o Capitão passa a mensagem de boca em boca “Camaradas, que ninguém esmoreça. A vitória é nossa, antes que anoiteça!”
Sobre o último casario da cidade e sobre a cabeça da coluna que se dirige para Lisboa, um bando de corvos grasnava com vigor. O jovem Capitão, de nome Salgueiro Maia, não se deixou impressionar com as aves de mau agoiro e comentou com o seu ajudante:
- Há um mês não deu certo. É agora!
O jovem capitão referia-se à última tentativa dos militares para derrubarem a ditadura do Estado Novo, que começara no quartel das Caldas da Rainha, em 16 de março de 1974. A tentativa fracassou e os oficiais foram presos.

Nós sabemos. Todos nós sabemos: não há nada de mais sagrado que a LIBERDADE».


major-general Adelino Coelho (ao centro) e o coronel Luís de Albuquerque (à direita)
 
Depois, apresentou os dois convidados: o major-general Adelino de Matos Coelho e o coronel Luís Paulo Correia Sodré de Albuquerque.

O primeiro palestrante foi um dos corajosos oficiais do Golpe das Caldas da Rainha. Oficial-general com um vastíssimo currículo, era tenente no quartel das Caldas da Rainha, quando integrou a última tentativa para derrubar a ditadura. Como afirmou, o golpe não foi tão bem preparado quanto seria desejável e acabou por fracassar – como haviam fracassado mais de uma dezena de tentativas - tendo os oficiais sido presos e libertados só após o 25 de Abril. Enquadrou o seu testemunho entre o golpe das Caldas e o curto espaço de tempo que medeia até à Revolução, bem como da situação insolúvel da guerra colonial em Angola, Moçambique e na Guiné. Como referiu, a longa guerra colonial que começara em 1961 pela recusa do Estado Novo em conceder a independência às colónias africanas, acabou por criar um grande descontentamento entre os militares (pela guerra, em si, e também, pela ultrapassagem dos oficiais formados na Academia Militar por outros que não tinham tido essa formação, criando injustiças na ascensão da carreia) e na sociedade portuguesa. Falou, igualmente, das dificuldades organizativas do golpe e da vigilância sempre muito apertada da PIDE, a polícia política do Estado Novo, bem como dos ensinamentos retirados do fracassado Golpe das Caldas para não serem repetidos no 25 de Abril. Otelo Saraiva de Carvalho, um dos estrategas do 25 de Abril, esteve na organização do Golpe das Caldas. Felizmente, não foi preso. Aprendeu com os erros e pôde preparar com eficácia a Revolução triunfante.

A importância do 16 de março para o 25 de abril

Entre o fim da primeira palestra e a segunda, os professores Júlia Quadros, José Morgado, Isabel Gamelas e Isabel Carvalho cantaram “Trova do vento que passa”, de Manuel Alegre e António Portugal, gravada em 1963 e popularizada por Adriano Correia de Oliveira.

Júlia Quadros, Isabel Gamelas, Isabel Carvalho e José Morgado

O segundo convidado, o coronel Luís Paulo Correia Sodré de Albuquerque começou por contar como viveu o 25 de Abril. Era um adolescente de onze anos e não foi à escola porque, na cidade onde vivia, o Porto, os militares tinham tomado conta das ruas e se vivia um dia muito diferente de todos os outros. Ele, a família e as pessoas, em geral, seguiam o desenrolar da Revolução através da rádio e da RTP (a preto e branco). Salientou o papel do capitão Salgueiro Maia, de Otelo Saraiva de Carvalho no sucesso do 25 de Abril, dos momentos de tensão e de quase confronto entre militares a favor e contra o fim da ditadura. Por fim, abordou o período de grande instabilidade que sucedeu ao 25 de Abril, até à vitoria definitiva da democracia em Portugal, consagrada na Constituição de 1976.

 Coronel Luís Paulo Correia Sodré de Albuquerque

Ao mesmo que o coronel Luís de Albuquerque apresentava a sua comunicação, a Anaís Fernandes, aluna de Artes, do 11.º F, pintava o retrato do celebrado cantautor Zeca Afonso, criador de “Grândola, Vila Morena”, canção-símbolo da Revolução do 25 de Abril de 1974.

Anaís Fernandes a pintar "ao vivo"


E mais palavras, lidas pela voz bem calibrada da Mariana Rei.

«Das profundas mudanças que o 25 de Abril trouxe à sociedade portuguesa, uma das mais notáveis foi a igualdade de direitos para as mulheres. Até aí, numa sociedade conservadora e machista – e com um estatuto de subalternidade relativamente aos homens – as portuguesas passam a afirmar-se e a poder ocupar todas as profissões e papéis sociais.

A terceira convidada, a piloto Lígia Albuquerque, um dos espelhos dessa mudança, infelizmente, por motivos de saúde, não pôde estar presente. Nascida e criada no Porto, tem mais de duas décadas a competir nas várias modalidades do automobilismo: campeonatos de velocidade, ralis e todo-o-terreno. Tem ainda a melhor classificação nacional no campeonato WRC (senhoras).»



Em solidariedade para com a intrépida piloto, foi apresentada a sua nota biográfica e um breve testemunho, em vídeo, elaborado pela Mariana Rei.

A celebração continuou com mais uma notável intervenção musical, a cargo de alguns alunos da Prata da Casa: Anaís Fernandes, Francisca Porto, David Miño, Carolina Freitas, Joana Pereira, Pedro Marques e dos professores José Morgado, Júlia Quadros, Isabel Carvalho e Isabel Gamelas.

A "Prata de Casa"

Numa breve intervenção, antes de se juntar aos restantes cantores, a Anais Fernandes explicou o contexto e o significado do retrato que pintou de Zeca Afonso, com a técnica de acrílico sobre tela. E diga-se sem rodeios, com grande mestria.

Num misto de recato na comunicação e de orgulho em Zeca Afonso, a Anaís falou da estória que está por detrás do retrato do cantautor. Zeca Afonso estava no exílio em Paris, França, e preparava-se para participar numa manifestação que exigia o fim da ditadura em Portugal.

A história deste retrato por Anaís Fernandes

Foram feitas resmas de cópias de cartazes com este retrato, para serem utilizados nessa manifestação. Entretanto, dá-se a Revolução do 25 de Abril e Zeca Afonso regressa a Portugal o mais rápido que pôde. Por essa razão, o seu retrato deixou de ter, felizmente, a função a que se destinara. A democracia e a liberdade haviam triunfado no nosso país.

Alunos e professores a cantar abril

Após os belíssimos momentos musicais, e dos prolongados e mais do que merecidos aplausos, foi apresentado um vídeo, com o testemunho de alguns alunos do 4.º ano que frequentaram o Clube UBUNTU. No registo efetuado, expressaram com clareza e espontaneidade o que pensam sobre “ditadura” e “liberdade”.

O cartaz do 25 de abril feito pelos alunos

A Diretora do Agrupamento, professora Celeste Sousa, valorizou a atividade e saudou os seus promotores, os objetivos a que se propuseram, centrados no humanismo, na cidadania e na apologia dos valores democráticos. Agradeceu, também, aos ilustres convidados e aos alunos, que acolheram com entusiasmo a celebração coletiva.

Celeste Sousa no uso da palavra

Por sua vez, a professora Angelina Oliveira, em nome do Projeto +Humanidades, agradeceu a todos os intervenientes: Um Gesto de Afirmação (dança; declamação de poema e apresentação da atividade, na pessoa da Mariana Rei); Arte+ (cartaz e programa); convidados (major-general Adelino de Matos Coelho e coronel Luís Sodré de Albuquerque); professor José Paulo Vasconcelos (fotografia); Clube UBUNTU (registo vídeo); Prata da Casa (coletivo de alunos e professores: Anaís Fernandes, Francisca Porto, David Miño, Carolina Freitas, Joana Pereira, Pedro Marques e dos professores José Morgado, Júlia Quadros, Isabel Carvalho e Isabel Gamelas); a professora Lisete Lapa e os alunos do Curso Profissional de Multimédia (gravação vídeo); Fernando Paulo (técnico de som), aos alunos e professores acompanhantes, que contribuíram generosamente para o êxito da iniciativa, simultaneamente tão rica, tão plural e, por isso mesmo, tão gratificante.


A terminar a atividade, um momento-surpresa com os alunos do 6.º C, a cantar “Grândola, Vila Morena”, a capella, com o público a acompanhar. Em uníssono.

Unidos pela voz

José Sobral



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25 de Abril




quinta-feira, 27 de abril de 2023

3 R’s (Reduzir / Reutilizar / Reciclar)

 No âmbito do trabalho desenvolvido pelas equipas educativas do 2º ciclo, foi dinamizado o projeto 3 R’s (Reduzir/ Reutilizar/ Reciclar).


As atividades foram promovidas de forma interdisciplinar nas aulas de História e Cidadania, ComunicArte/ EVT, Ciências Naturais e EMRC, iniciando-se com a sensibilização dos alunos para a importância do tema, enquadrado em domínios como a Educação Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável. 

 

Passando o projeto à prática, os alunos procederam à recuperação de três dezenas de caixotes do lixo, já fora de uso, para serem reutilizados como ecopontos de reciclagem de papel e de plástico/ metal, sendo depois colocados nas 14 salas de aula do 2º ciclo, além das salas específicas das disciplinas de Educação Musical e Educação Visual.

Todos os alunos de cada turma idealizaram e apresentaram propostas de ilustração para os ecopontos da sua sala, tendo os 2 desenhos escolhidos sido determinados por votação.

Esta atividade dá continuidade ao projeto “Reciclar é Ganhar!”, iniciado em 2017 no âmbito da Flexibilidade Curricular, mas interrompido por força das limitações impostas pela pandemia covid 19. Então como agora, a sua concretização só é possível graças à parceria estabelecida com a Resitejo.




quarta-feira, 26 de abril de 2023

Peddypapper - pelos Monumentos e Sítios

No dia passado dia 18 de abril, para comemorar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítio, os alunos do 10º G participaram num Peddy Paper organizado pelos professores das disciplinas de Educação Física (professor Manuel Oliveira), Inglês (Fernanda Santos), Área de Integração (Maria Isabel de Carvalho), Informática (Carla Pires), História e Cultura das Artes (Fernando Mendes) e Português (Verónica Ministro).


A atividade consistiu na realização de provas com questões teóricas e práticas alusivas às disciplinas. 


As primeiras provas realizaram-se no recinto escolar da ESSMO, com jogos tradicionais preparados pelo professor de Educação Física. 


De seguida, os alunos visitaram cinco monumentos da cidade: Ponte Nova, Sinagoga, Praça da República, Ponte Velha e Açude e, em cada um deles, responderam a um questionário.


Através desta iniciativa, os alunos partilharam uma tarde de aprendizagens e de convívio, conheceram a escola e a cidade como um espaço cultural e de lazer.


Os alunos envolveram-se nesta atividade com bastante entusiasmo, alegria e sentido de responsabilidade. Todos os alunos participantes irão receber um prémio de participação.




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PeddyPapper 10ºG




terça-feira, 25 de abril de 2023

segunda-feira, 24 de abril de 2023

"Dá-me uma Tampa! - Inútil e Bonito"

 Terminou, no passado dia 18 de abril, o concurso "Dá-me uma Tampa! - Inútil e Bonito" lançado pelos alunos do 12ºA da escola secundária Santa Maria do Olival. 

Os alunos do 12ºA e a sua professora Verónica Ministro

Esta iniciativa teve como destinatários todos os alunos do agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria. Cada turma poderia apresentar um trabalho seguindo a temática do concurso: transformação de resíduos em arte. 

Alguns dos trabalhos concorrentes

O concurso contribuiu para sensibilizar os alunos para as questões ambientais, para a valorização da reciclagem, para incentivar a criatividade e a originalidade, recorrendo à reutilização de materiais.  

Os alunos deram asas à sua imaginação e participaram com trabalhos criativos, refletindo sobre a importância da preservação do meio ambiente e de uma sociedade mais sustentável. 

Cartaz do Concurso (também ele, reciclando tampas)

Todos os trabalhos estiveram expostos na ESSM e após uma análise rigorosa, os membros do júri selecionaram, como vencedor, o trabalho de três alunos do 10º D da escola secundária Santa Maria do Olival. Estes alunos reproduziram, com objetos reutilizáveis, o logótipo do agrupamento.

O trabalho vencedor

Os três participantes receberam prémios que lhes foram entregues pelos alunos do 12ºA. 

A entrega de prémios aos alunos do 10ºD


sexta-feira, 21 de abril de 2023

Abraçar o Rio

Vinham como as andorinhas no início da primavera.

Vinham de todos os lados

Vinham de todos os lados, chilreando sonoramente; uns mais depressa, outros mais devagar; todos de T-shirt branca; com as cores nos chapéus, nos cartazes, ou nos adereços evocativos do rio e da vida que dele e nele vive.

Eram cerca de 2.000!

Entre uma ponte...

Dois mil alunos do concelho, de todas as escolas, unidos por um rio que quiseram os homens que “unisse, já não separasse”. Foram-se juntando, em bandos, no espaço do Mercado Municipal. E espalhando-se pelas duas margens do Nabão, unidas pelas duas pontes (Nova e do Flecheiro), fecharam o amplexo sobre o curso de água e “abraçaram o rio”.

... e a outra!

E durante mais de uma hora - sob intenso calor e um sol anormalmente brilhante! – os jovens de Tomar abraçaram metaforicamente (mas também fisicamente) o seu rio com canções, músicas, danças (grupo de Desporto Escolar da EDNAP orientado pela sua professora Rita Silva) e muita animação.

Dançando pela inclusão

Destaque-se uma “corda” feita de uma vintena de canoas (Centro de Formação Desportiva de Canoagem do AENSM e Clube de Canoagem da Nabância) que ziguezaguearam pelo curso do rio e se enrolaram, como um abraço, em torno de uma faixa onde estava escrito “Tomar a inclusão”

Dançando no rio

Ouviu-se também uma cançãocuja letra foi adaptada pelos alunos do 5ºG (EDNAP), com a ajuda da professora de Português – Luísa Nunes. O refrão dizia:

«Água a correr, tão bonita, eu sei lá
ó rio Nabão, vamos lá dar a mão
leva de nós um abraço apertado
Ai rio Nabão, ai rio Nabão
Ai rio Nabão, és a nossa paixão!»

Cantando sobre o rio

Esta atividade resultou das dinâmicas internas das escolas (Agrup. Nuno de Santa Maria; Agrup. Templários; Esc. João de Deus; CIRE e Academia de Sonhos), nomeadamente na dimensão de Educação para a Cidadania e para as Questões Ambientais, entrecruzando-se com o projeto “Abraçar o Rio” (Rotary Club Tomar Cidade), com a participação da Câmara Municipal de Tomar, e com a colaboração da União de Freguesias de Tomar, da PSP, da GNR e outros parceiros convidados, nomeadamente o Instituto Politécnico de Tomar.

Oes representantes das entidades envolvidas

No caso específico do Agrupamento Nuno de Santa Maria, o “Abraçar o Rio” integrou-se também na vasta listagem de atividades que Semana Eco-Escolas tem vindo a promover no AENSM.


Este projeto “Abraçar o Rio” é uma dinâmica transmunicipal, envolvendo as Câmaras Municipais de Tomar, Ansião, Pombal, Alvaiázere e Ourém, e 14 Juntas de Freguesia, procurando agregar todos os espaços físicos que fazem margem com o rio Nabão. O projeto, apadrinhado pelo Fundação Rotária Portuguesa, tem três vertentes, nomeadamente: a sinalização e manutenção de locais ao longo do percurso do rio; a criação de um website com informações sobre o rio e, finalmente, a promoção de ações de sensibilização com as escolas. Pretende-se também consolidar estratégias e ações a promover no âmbito do Plano Nacional de Reabilitação de Rios e Ribeiras (PN3R).


José Paulo Vasconcelos





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Abraçar o Rio





quinta-feira, 20 de abril de 2023

Visita a Madrid

Saiu esta madrugada, cerca das 5:25, um grupo de 131 alunos, do 9.° ao 12 .° ano, acompanhados por 9 professores, com destino a Madrid e com paragem para visitar Salamanca e Ávila.


A organização da visita está a cargo da empresa Viajar na Escola, de Braga.

O espaço envolvente à ESSMO encheu-se de alunos e pais ansiosos pela chegada dos 3 autocarros.



¡Buen viaje!

Maria João Ribeiro


Dia 1

A primeira paragem foi em Salamanca, onde durante 2 horas tivemos o privilégio de visitar os lugares mais emblemáticos (Catedral Vieja, Catedral Nueva, Universidades, pública e dos Jesuítas, Plaza Mayor, Plaza de Colón,...) com uma guia local que de forma apelativa nos conduziu por uma das cidades mais emblemáticas de Espanha.



Após o almoço, seguimos para Ávila, Património da Humanidade, com a sua monumental muralha medieval, onde desfrutamos de um passeio pela zona histórica.
 
Muralha de Ávila

E a viagem até Madrid foi muito animada com os alunos a cantaram.

Estamos cansados e animados, pois os alunos estiveram à altura e estão super entusiasmados!!!


¡¡Hasta mañana!!!



Dia 2

O dia começou com a visita ao Palácio Real, onde se realizam as receções oficiais, almoços e eventos de gala, entrega de prémios e audiências. Muito embora continue a ser a residência oficial da Família Real de Espanha, há muito que esta optou por viver no Palácio da Zarzuela.

Palãcio Real

À tarde percorremos a pé alguns lugares ex libris da cidade: Gran Vía, Puerta del Sol, Plaza Mayor, Plaza de la Puerta Cerrada, Mercado San Miguel, Catedral de la Almudena, acompanhados por guias oficiais que nos deram a conhecer um pouco da história desta capital.

Plaza Mayor

"Majerit", assim chamada pelos Árabes, pelas suas abundantes águas no subsolo, tornou-se a capital de Espanha em 1561, no reinado de Filipe II.

Catedral de la Almudena


"Fui sobre aguas edificada, mis muros de fuego son."



Dia 3

E assim chegámos ao nosso último dia. 

Nasceu cinzento, chuvoso e frio. Deixámos os Apartamentos Compostela Suites em direção a San Martín de la Vega, para desfrutarmos de muita animação no Parque Warner. 

Warner Parque

A pouco e pouco o cinzento do céu deu lugar a um dia de sol que proporcionou a muitos alunos, e a alguns professores, aventurarem-se também nas diversões aquáticas e ficarem completamente ensopados. Mais uma vez reinou a boa disposição.


Looney Tunes


Era cerca da 1h30 da madrugada quando finalmente chegámos a Tomar. Exaustos e felizes, carregando na bagagem as experiências e o conhecimento adquiridos na visita.


De madrugada, já com saudades de Madrid


Agradecemos a todos os que tornaram esta visita de estudo uma realidade, aos 131 alunos pelo seu comportamento exemplar e aos nove professores, que com o seu espírito de equipa, profissionalismo e boa disposição a tornaram ainda mais inesquecível.

 
Fica aqui registado um agradecimento especial aos professores Isabel Gamelas e José Paulo Vasconcelos, equipa GIMAC, que colaboraram na divulgação desta visita.

"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.", Fernando Pessoa

 

Maria João Ribeiro



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Visita a Madrid