domingo, 26 de abril de 2020

CoviDiário #10

Chegou o que nunca, nem nos piores pesadelos da nossa geração, nós pensaríamos que pudesse acontecer... as ruas gritam às paredes e às pedras da calçada que já não são tão pisadas como outrora, o mar sente a falta dos seus outros habitantes das praias em dias de calor, e nós sentimos a falta dele, da brisa, da maresia... sentimos a falta e de tudo o que não podemos ter ou fazer agora. Porque, agora, quando chove, as ruas choram sozinhas, pois toda a água que cai é sua; quando faz sol, escasseiam as sombras de movimentos no chão, as silhuetas pretas já não pairam sobre as pedras e as paredes dos prédios, porque as ruas estão vazias..., tão vazias que se soltarmos um grito, ele chega ao outro lado da cidade, por não haver obstáculos no caminho… as ruas estão mais vazias, mas as pessoas estão cheias... cheias de saudades, cheias de abraços que querem dar, cheias de pressa para que tudo recomece, cheias de afeto... porque é assim que nós somos, é assim que vamos querer continuar a ser.

Raquel Mineiro

2 comentários:

  1. Continuamos cheias de saudades de dar abraços, cheias afeto, cheias de de vontade de recomeçar, mas recomeçar não de onde paramos mas recomeçar de um mundo novo com mais Amor para dar ainda que de forma diferente, até lá vamos ouvindo o cantar dos passáros , que já não ouviamos , e sentido o ar fresco a entrar pela janela, e com grande vontade de construir um Mundo Melhor mais Humano, mais Ecologico, em que Amor seja repartido por todas as formas de vida no Planeta Terra.
    Gostei Muito da forma como escreves, e do que escreveste.
    Beijos e Abraço Grande com Saudades

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  2. Olá afilhada...
    Não preciso de comentar, dizes tudo e muito bem...
    bjinho e cuidemos-nos até que passe este pesadelo.

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