Será que é possível ainda termos forças para o que aí vem? Não tenho medo do futuro, tenho receio de que o futuro seja igual ao presente.
Inês Sousa |
Passados alguns anos, tenho plena consciência de que, infelizmente, é necessário perdermos para valorizarmos. Deveria ser assim? Claro que não, mas a pandemia mostrou-nos que não damos o devido valor ao que é mais importante.
Da noite para o dia, deparámo-nos com a falta de liberdade, com a falta de controlo sobre as nossas decisões. Os sorrisos desvaneceram e, mais tarde, foram obrigados a esconderem-se. Os olhos foram dos nossos maiores aliados.
Entrámos em 2022 com fé de que este iria ser um ano melhor, sem termos a noção de que o pior ainda só tinha começado. Os números exuberantes, que nos apavoravam, começaram a diminuir. Estávamos cada vez mais próximos do fim deste túnel que parecia não acabar.
Foi no dia 24 de Fevereiro de 2022 que chegámos à conclusão de que ainda tínhamos um caminho muito longo pela frente. Um caminho desumano e cruel. Os direitos humanos, que antes julgávamos intactos, foram violados.
Sempre cresci a ouvir dizer que “a esperança é a última a morrer”, mas será que é possível que assim seja? Será que é possível ainda termos forças para o que aí vem?
Não tenho medo do futuro, tenho receio de que o futuro seja igual ao presente.
Inês Lourenço Sousa (12º ano)
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