Como todos sabem, durante muitos anos, o papel da mulher na sociedade foi sempre muito inferior ao que as nossas antepassadas mereciam. Penso que nunca foi uma questão de acharem que nós não éramos capazes, mas, sim, porque temiam o poder desconhecido, nunca antes explorado, de uma mulher.
O papel da mulher, tanto na literatura como na educação, foi dos progressos mais difíceis e revoltantes que a história do feminismo tem para contar, e, mesmo em pleno século vinte e um, temos de continuar a lutar por algo que já nos devia ser garantido: a igualdade de género.
Como aluna do 12º ano, por pura curiosidade, abri o meu manual de Português, o do ano passado e o deste ano, na parte do projeto de leitura (um livro que iremos ler durante o semestre para depois fazer a sua apreciação crítica, numa apresentação oral) e verifiquei que existem 41 livros, 41 opções, ou seja, ao todo, durante esses 2 anos escolares, teremos 82 obras como opção de leitura obrigatória, e quantas dessas 82 obras são escritas por mulheres? 8.
É
um problema que nós encaramos com toda a normalidade, provavelmente, se formos
ver os livros que temos em casa, conta-se pelos dedos de uma mão aqueles que
são escritos por mulheres. Temos de mudar essa mentalidade.
Uma
mulher bem formada, devido a todos os momentos e experiências que viveu, ou
está a viver, vai ter sempre uma visão mais justa e real das coisas, e eu
explico o porquê, desde sempre que as mulheres veem as situações de fora, ou
porque não foram chamadas para o assunto ou até mesmo porque não se podiam pronunciar,
tudo devido ao facto de serem do sexo feminino. Sabiam de
tudo, mas não podiam opinar em relação a nada, o que, por exemplo em termos de
escrita, foi uma grande revolução. A partir do momento em que começaram a
expelir tudo para aquelas folhas, a sua maneira de ver, opinião ou até mesmo
soluções, foram vistas e tidas em consideração. Sempre com os pés bem assentes
na terra, até aos dias de hoje. O feminismo influenciou muito a
literatura feminina, provocou um tremor em pensamentos e ideais que até então
eram considerados sólidos. Trouxe ao mundo olhares e expectativas completamente
diferentes e muito importantes.
Como já lemos diversas vezes nos livros de
história e também nos é apresentado no nosso quotidiano, a mulher é das pessoas
mais importantes e com mais impacto na vida de um ser humano, está gravado na
nossa história faz parte de nós, seja que mulher for, uma mãe, uma avó, uma
vizinha ou até a senhora do café. Talvez devido ao nosso passado tenhamos ganho
uma confiança e desenvolvido um talento natural para educar as pessoas ao nosso
redor. Até ao século vinte, a função de ensino era, na prática,
exclusivamente masculina e, devido aos aspetos culturais da época, cabia à
mulher a função tipicamente “natural”: cuidar da casa, servir o marido, ter
filhos. Decorridas algumas décadas e após bastante luta, as mulheres passaram a
estudar, ganhando espaço nalgumas áreas de trabalho “normalmente” próprias para
homens e conquistaram algumas mudanças. Por questões culturais e disciplinares,
foi necessário instituir o papel de docência às mulheres, na Educação, o ensino
primário era considerado a extensão da formação moral, com base nos princípios
de cidadania. Isso deu à mulher o reconhecimento que procurava nesta área não
só como professora mas também como educadora de cidadãos para o mundo.
Um agradecimento muito especial a todas
as mulheres, mas, principalmente àquelas que, de uma maneira ou de outra, estão
ligadas ao tema referido.
Lembrem-se: unidas, seremos sempre mais fortes.
Mariana Lopes - 12º
Excelente artigo!
ResponderEliminar